domingo, julho 30

PURO PRAZER #243

Encaged (white light)
100x70cm
técnica mista com base em papel

OXIDANTE #4


TODOS OS ANOS EM AGOSTO NÃO HÁ CINEMA NA ILHA TERCEIRA! PORQUÊ?

sábado, julho 29

PURO PRAZER #242

"…Pangloss ensinava a Metafísico-teológico-cosmológico-nigologia. Provava de modo admirável que não havia efeito sem causa e que, neste melhor de todos os Mundos possíveis, o Castelo do senhor Barão era o mais belo dos Castelos, e a senhora a melhor das Baronesas possíveis.
«Está demonstrado, dizia, que as coisas não podem ser de outra forma: pois tendo tudo sido feito para um fim determinado, tudo se dirige para o melhor dos fins. Notai como os narizes foram feitos para levar óculos; e com efeito temos óculos. As pernas foram manifestamente instituídas para ser calçadas, e com efeito temos calças. As pedras formaram-se para ser talhadas e delas se fazerem Castelos; e com efeito Monsenhor tem um magnífico Castelo, pois o maior Barão da província deve possuir os melhores aposentos. E tendo sido feitos os porcos para serem comidos, com efeito comemos porco todo o ano. Em consequência, aqueles que defenderam que tudo está bem foram tolos; teria de se dizer que tudo está no seu melhor»…
"

Cândido ou O Optimismo, Voltaire. Ed. Tinta da China, 2006.

sexta-feira, julho 28

CHÁ QUENTE #213

Na melhor toalha de mesa cai a nódoa ou como qualquer dia isto vai dar molho…
Há coisas que se escrevem e que depois de publicadas reparamos que não têm sentido. Talvez seja este um desses casos. Vejamos a crónica de João Paz sobre a I Feira Gastronómica do Atlântico. Após um belo texto de exaltação à iniciativa o jornalista decide-se, em jeito de remate, pela seguinte tirada:
A frequência dos restaurantes ultrapassa, em muito, a que se tem verificado na feira anual de gastronomia da Praia da Vitória, na ilha Terceira.”
Ora querer comparar a novidade da primeira edição de um feira gastronómica com a de uma feira que já vai para a sétima edição, falar da frequência aos restaurantes, quando todos sabemos que só no concelho de PDL há quase a mesma população da ilha terceira, parece-me justificar a conclusão de essa frase é um perfeito disparate. Querer comparar eventos nas duas Ilhas é um tique regional antigo, mas a fazê-lo que se faça pela qualidade e não pela quantidade. Além disso posso dar o meu testemunho de assíduo frequentador da Feira Gastronómica da Praia da Vitória, cuja localização é imbatível com qualquer outra feira que se realiza nos Açores, nos últimos 7 anos há restaurantes que continuaram a ter, noite após noite, a casa cheia. Outros não, porquê? Porque as pessoas, depois da novidade, apenas voltam aos melhores. O mesmo acontecerá em Ponta Delgada. Simples!

CHÁ QUENTE #212

Não me estando a ser nada fácil digerir as palavras do MNE na Assembleia da República. Tendo-as ouvido de passagem no Canal1, ainda não as pude confirmar em nenhum outro OCS, penso que não andarei longe da verdade se disser que a tese explanada foi a de que não o Sr MNE não acredita na diplomacia internacional sem uma força militar que a sustente (e a Noruega?).
Mas, talvez esse desabrido comentário (lá caiu por terra a importância estratégica da CPLP e da língua lusa) se deva à humilhação que a UE sofreu hoje «Israel garante que Conferência de Roma lhe deu "uma autorização para continuar" ataques no Líbano»
A conferência internacional sobre o Líbano, que ontem decorreu em Roma, falhou um acordo sobre o cessar-fogo imediato no conflito israelo-libanês, por causa de entreves colocados pelos Estados Unidos face às pressões colocadas pelos outros países participantes , nomeadamente a França.
Ou ao bloqueio diplomático que se deu na ONU «Falta de consenso en la ONU» La pasada madrugada, los 15 miembros del Consejo de Seguridad de la ONU pasaron horas discutiendo qué escribir en un papel sobre la muerte de sus cuatro cascos azules en Líbano.
Entretanto numa ronda pela imprensa internacional dou de caras com John Berger, Noam Chomsky, Harold Pinter et José Saramago « C'est Israël le vrai responsable»
Chaque provocation et contre-provocation est montée en épingle et donne lieu à des leçons de morale. Mais les débats qui en résultent, les accusations et les serments ne servent qu'à détourner l'attention du monde d'une pratique militaire, économique et géographique à long terme dont l'objectif politique n'est rien moins que la liquidation de la nation palestinienne.
Nada de novo, e não interessando, aqui, encontrar culpados sigo para o The Ethics of war - Mind those proportions
In the end, some philosophers think, debate about the ethics of war will have to reintegrate two ancient questions—about the right to go to war, and the methods that may be used—which have become artificially separated in modern times. To put it more simply, nobody will be impressed with a line that goes: “We didn't start this war, so our cause is just—but now that it's begun, we'll fight as dirty as we like.” Augustine saw the questions of jus ad bellum and jus in bello as intertwined—and so, probably, should modern man.
Regressamos, pois, a Santo Agostinho.

E a este Guerra e Paz
Ética e o uso da violência na guerra
A teoria da guerra justa.
"...parte das abordagens contemporâneas da ética da guerra se desenvolveram, tem duas componentes: uma teoria dos fins e uma teoria dos meios. A primeira, conhecida como a teoria do jus ad bellum, define as condições em que é lícito fazer a guerra. A segunda teoria, a do jus in bello, estabelece os limites da conduta lícita na guerra.

a componente principal da teoria do jus ad bellum é a exigência de que a guerra seja travada por uma causa justa. Apesar dos teóricos da guerra justa serem praticamente unânimes na crença em que a auto-defesa nacional pode fornecer uma causa justa de guerra, em pouco mais estão de acordo. Outros candidatos a causa justa são a defesa de outro estado contra uma agressão externa injusta, a recuperação de direitos (isto é, a recuperação do que pode ter sido perdido quando não houve resistência a uma agressão injusta anterior, ou quando a resistência anterior foi derrotada), a defesa de direitos humanos fundamentais noutro estado contra abusos do governo e a punição de agressores injustos.

A teoria do jus in bello consiste em três requisitos. 1) O requisito da força mínima: a quantidade de violência usada em qualquer ocasião não deve exceder a necessária para realizar o fim em vista. 2) O requisito da proporcionalidade: as más consequências esperadas de um acto de guerra não devem exceder, ou serem maiores do que as suas boas consequências esperadas. 3) O requisito da discriminação: a força deve ser dirigida apenas contra pessoas que sejam alvos legítimos de ataque..."


Conclusões? Uma de há muitos anos: mais vale ler do que falar...

quarta-feira, julho 26

CHÁ QUENTE #211

"...Whatever else happens in the coming weeks – whether the war in Lebanon intensifies or ends in an early stalemate – one impact will be a considerable boost to support for the wider al-Qaida movement. In that sense, President Bush's view of the Israeli operations in Lebanon as being an essential part of his global war on terror might well prove correct, but in ways very far from those he intends..."
Lebanon in the wider war, Paul Rogers

"...Perhaps Hezbollah's ascendancy among Sunnis will make it possible for Shiites and Sunnis to stop the bloodletting in Iraq - and to focus instead on their "real" enemies, namely the United States and Israel. Rumblings against Israeli actions in Lebanon from both Shiites and Sunnis in Iraq already suggest such an outcome.
That may be good news for Iraqis, but it marks a dangerous turn for the West. And there are darker implications still. Al Qaeda, after all, is unlikely to take a loss of status lying down. Indeed, the rise of Hezbollah makes it all the more likely that Al Qaeda will soon seek to reassert itself through increased attacks on Shiites in Iraq and on Westerners all over the world - whatever it needs to do in order to regain the title of true defender of Islam."
Middle East: Al Qaeda takes a back seat, Bernard Haykel

terça-feira, julho 25

CHÁ DAS CINCO #129


A New Museum for the 21st Century

The new development of Tate Modern will create the world's first museum designed to show the full breadth of contemporary art in the 21st century.
The new project will:

- Create the world's leading centre for contemporary art, which will be of benefit to both artists and our public and help Tate to develop one of the finest collections of contemporary art in the world.

- Create a new landmark building for London, which will help it to maintain its position as the leading cultural and creative capital of the world.

- Act as a catalyst for the further regeneration of Southwark. The new building will facilitate the greater integration of Tate with its local community and urban landscape, bringing maximum benefit to the local area.

- Place education, life-long learning and the development of creative skills at the heart of what we do, enabling Tate to reach out to different audiences.

- Contribute substantial economic benefits to London as a whole and to Southwark in particular.

Sempre achei que havia mais esforço em torná-la silly do que em procurar o melhor da season. Entre nós merece todo o destaque a notícia do A.O. sobre o plano de formação completamente renovado para o ano lectivo 2006/2007, quer nos cursos destinados às crianças ou adolescentes, quer nos cursos destinados aos adultos, que a Academia das Artes nos propõe….

PURO PRAZER #241


ANGRAJAZZ 2006
4 A 7 DE OUTUBRO

CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DE ANGRA DO HEROÍSMO

NOTA: Sendo um dos indefectíveis do Angrajazz, considerando-o como um ponto fulcral na programação cultural da Região, não posso deixar passar alguma estranheza perante as opções musicais dos últimos anos, especialmente no que diz respeito à falta de equilíbrio das correntes jazzísticas nos programas, com notada ausência do jazz afro-americano.
Como, tendo em conta os organizadores, essa lacuna não se pode dever a ignorância, resta-me perguntar se é fetiche ou indisponibilidade financeira?

segunda-feira, julho 24

CHÁ COM TORRADAS #126

España, España, España
Dos Mil Anos de História
No Acabaram de Hacerte

Eugenio de Nora

"O cenário perfeito seria uma varanda sobre a praça de Sant Jaume. Pascal Maragall proclamaria de braços abertos: “Declaro a Espanha um Estado federal”. Contudo não pôde ser assim. Contentou-se com a tribuna do Parlamento da Catalunha. A sua emoção era genuína e estava a cumprir um velho sonho: dizer a todos os espanhóis o que devem ser e como devem sê-lo..."


¿ESPAÑAS?, no D.I. ou n' O Bule do Chá

quinta-feira, julho 20

É d'HOMEM #89


"...o presidente do CDS/PP dos Açores, Alvarino Pinheiro, criticou a «democracia no arquipélago» pelo facto de o poder (socialista de Carlos César) «ser exercido de forma musculada». «O poder assim exercido condiciona pessoas e empresas tornando o trabalho da oposição tão ou mais difícil do que há 32 anos atrás», referiu o líder centrista açoriano.
Alvarino Pinheiro acusou mesmo «o poder de comprar votos na via pública, pagando em espécie e se calhar mesmo em moeda corrente». O mesmo dirigente alertou para o facto de «o papel das autarquias ser chocante por condicionarem os votos em eleições». Segundo Alvarino Pinheiro «o país está a enviar fuzileiros para acompanhar as eleições na Guiné-Bissau e se calhar precisava era de enviá-los para algumas das ilhas açorianas»..."


NOTA: O facto do sr Pinheiro já ter anunciado que ia abandonar a liderança do partido e a política legitima-o para dizer o que bem entende até 2007?

CHÁ COM TORRADAS #125

À atenção do Rui Goulart

O círculo de compensação não é um círculo de restos!
O círculo regional de compensação, tal como consta muito claramente da alínea a) do n.º 2 do artigo 16.º da Proposta de Lei Eleitoral, é apurado de acordo com o número total de votos recebidos por cada lista no conjunto dos círculos de ilha.

quarta-feira, julho 19

CHÁ QUENTE #210

De acordo com o parecer do STAPE à Proposta de Lei Eleitoral para a Assembeleia Legislativa da RAA a introdução de uma forma de voto especial para cegos e amblíopesé de execução complexa em eleições com universos eleitorais vastos”. No documento, as eleições autárquicas são apontadas como um exemplo de que “o sistema proposto parece logisticamente inexequível” devido à existência de “três boletins de voto, 616 matrizes diversas para os órgãos municipais e mais de 4.000 para as assembleias de freguesia”. Embora utilização de boletins em Braille apenas dissesse respeito às eleições regionais nos Açores, o STAPE manifestou ainda o receio do sistema acabar igualmente por ser aplicado noutros actos eleitorais em todo o território nacional.
No parecer é ainda considerado que esta forma de voto especial para cegos e amplíopes é uma discriminação relativamente a eleitores com outras deficiências físicas. Segundo o documento, o sistema que era proposto introduziria “uma diferença de tratamento relativamente a eleitores portadores de outro tipo de deficiências físicas que se nos afigura pouco justificável”.

CONCLUSÃO: BARDAMERDA
a) BARDAMERDA para o STAPE que faz um parecer que nem é digno de se limpar o ..

b) BARDAMERDA para a Assembleia da República que dá ouvidos a um parecer que nem é digno de se limpar o ..

domingo, julho 16

PURO PRAZER #240


casa com vista para a cidade

(sem prejuízo de outras janelas, gosto bem das minhas)

CHÁ DAS CINCO #128

“…Divergindo da linha oficial do partido, os socialistas catalães (PSC) têm defendido uma orientação na via do federalismo do Estado das Autonomias, com a ressalva de não exigirem, para tanto, qualquer revisão constitucional. Esta orientação federalista, propugnada pelo PSC, basear-se-ia, fundamentalmente, na revisão do sistema de financiamento autonómico, no reconhecimento de competências autonómicas exclusivas, na acentuação do papel territorial do Senado e na Participação das Comunidades Autónomas no processo de decisão política do Estado na EU. Entendida não como uma alternativa, mas como um projecto de orientação no processo de construção do Estado das Autonomias e de aprofundamento do autogoverno, esta proposta dos socialistas catalães visiona uma igualdade de direitos que, no entender daqueles, não deverá ser confundida com uniformidade. «Essa igualdade de direitos é a garantia da liberdade e, por conseguinte, da diversidade».
Perante esta posição, poder-se-ia inferir da existência de uma convicção sobre as limitações do actual modelo de Estado das Autonomias, devido sobretudo a uma prática política levada a efeito sobre os signos da conjuntura. Quer o processo de generalização das autonomias, com tradução numa certa desvalorização dos Estatutos de Autonomia das Comunidades históricas, quer a instituição das leis de bases, como domínio reservado do Estado, invadindo áreas de competências dos poderes autonómicos, quer ainda uma tendência visível para a identificação do Estado com o poder central e para a consequente marginalização das autonomias, relativamente às políticas do Estado, terão contribuído para que os socialistas catalães tentassem dar corpo à sua proposta federalista…”


* Relendo Maria Regina Marchueta “Os Nacionalismos Periféricos em Espanha. Sua Projecção Internacional.” Ed. Duarte Reis, 2002

sábado, julho 15

PURO PRAZER #239


Johnny Guitar

Vienna – Há cinco anos apaixonei-me por um homem. Não era bom nem mau, mas… eu amava-o. Quis casar com ele, ajudá-lo a construir um futuro.
Johnny – Mereciam ter sido felizes…
Vienna – Mas não foram. Separaram-se. Ele não se via “amarrado” a um lar.
Johnny – Felizmente ela foi esperta e livrou-se dele.
Vienna – Claro que foi. Aprendeu, daí em diante, a não se apaixonar por ninguém.
Johnny – Foi há tanto tempo…com certeza que, entretanto, na sua vida houve outros homens.
Vienna – Os suficientes.
Johnny – O que aconteceria se esse homem voltasse?
Vienna – Quando um fogo se apaga, o único que resta são as cinzas.
Johnny – Quantos homens já esqueceste?
Vienna – Tantos quantos as mulheres de quem te lembras.
Johnny – Não me deixes.
Vienna – Ainda aqui estou.
Johnny – Diz-me qualquer coisa bonita.
Vienna – O que queres que eu te diga?
Johnny – Mente-me. Diz-me que esperaste por mim todos estes anos.
Vienna – Todos estes anos esperei por ti.
Johnny – Diz-me que morrerias se eu não tivesse voltado.
Vienna – Tinha morrido se não tivesses voltado.
Johnny – Diz-me que me amas como sempre te amei.
Vienna – Amo-te como sempre me amaste.

sexta-feira, julho 14

quarta-feira, julho 12

CHÁ DAS CINCO #126

Dos dois concelhos felizes...
O fim-de-semana que passou pode assinalar-se como referência exemplar da realidade sociológica de Ponta Delgada. O Concelho dividido. O Concelho da malha urbana (o POVO da cidade) e o das freguesias (o POVO das freguesias). Se tradicionalmente constituíam as festas do Senhor Santo Cristo o momento para a «descida» do POVO das freguesias à Cidade, em que a cidade ficava por sua conta, os últimos anos, em especial por impulso da câmara municipal, algo mudou. Passaram-se a realizar um conjunto de eventos ditos populares no sentido de «devolver a cidade ao seu POVO». Nada contra esta partilha do espaço público, é saudável e desejável que a «descida à cidade» seja uma normalidade fora dos problemas de saúde ou da ida aos «serviços». A cidade é de todos e tudo o que esta oferece deve ser para todos. Ora o problema está aqui onde há um fosso que se vai agravando. O POVO das freguesias que desce à cidade não se mistura com o POVO da cidade nem acede aos espaços e eventos realizados para o POVO da cidade. E o POVO da cidade sai da cidade para não se misturar com o POVO das freguesias nem quer participar na festas preparadas pela cidade para o POVO das freguesias. Este fim-de-semana foi para os mais distraídos um fim-de-semana cheio. A dinâmica cultural da cidade de Ponta Delgada estabeleceu-se para ficar (graças a quem isso já são outros «quinhentos»…), entre públicos e privados podíamos escolher: exposições de pintura (Tomaz Borba Vieira, na Fonseca e Macedo, Mare Magnum, no Museu, e no Centro Municipal da Cultura) exposições de fotografia no Teatro Micaelense e na Casa das Artes, concertos Jorge Moyano no TM, o legado Sefardita no Museu, o concerto de apoio à AMI no Coliseu. Mas quem aí foi percebeu que o POVO, o «outro» POVO, estava orientado para a marginal e para a praça Gonçalo Velho. Que de novo se dividiu o que já estava dividido.
Em que medida se podia chamar este POVO para antes da coroação ver uma exposição que até era de acesso livre? Ou ouvir um concerto do Moyano, promovendo os espectáculos em espaços de acesso livre, em vez deste ir ver pela «enésima» vez a sua filarmónica? É que, como continuam a não convidar expressamente esse POVO, ou a facilitar-lhe o acesso, o POVO das freguesias não conhece nem esses palcos e espaços, nem o que lá há para oferecer. Nem os mais velhos nem, mais preocupantemente, os mais novos. Será que a solução é levar essa actividade cultural às freguesias? Mais facilmente iria o POVO da cidade às sopas e à massa sovada, sempre é comida e de graça. Há respostas que continuam por dar na sociedade micaelense. Talvez, até, seja cedo para responder pois só agora se pode dizer que há um roteiro cultural em Ponta Delgada. Mas olhando para outros que já por aí passaram e também não conseguiram encontrar respostas (ver Angra), se calhar é porque não as há e tudo isto é da natureza das coisas. Contudo, continua a parecer-me que, pelo menos, há um erro de concepção que persiste: o de se trabalhar para dois públicos alvo dando-lhes aquilo que eles pretensamente querem ver em vez de os procurar absorver naquilo que é possível oferecer…

domingo, julho 9

CHÁ QUENTE #209


No país das maravilhas não interessa se...

...Tóquio não exclui ataque preventivo à Coreia do Norte...

...morrem mais de quarenta pessoas num acidente na estação de metro de Jesus em Valência...

CHÁ DAS CINCO #125

"A cidadania europeia deve servir para garantir direitos e deveres específicos, nomeadamente de liberdade, equidade, solidariedade, segurança e a justiça, bem como o acesso aos serviços públicos de base a nível europeu. Para os cidadãos dos Açores, as vantagens da adesão ultrapassaram as liberdades do mercado, pelo que se torna prioritário abordar estas questões. Trata-se, afinal, da criação de um espaço onde as liberdades públicas e os direitos e deveres individuais continuam a evoluir, em paralelo com diversidades culturais que conservam a sua força e devem ser objecto de apoio e incentivo constantes. A diversidade cultural constitui o sustentáculo da unidade europeia. A Região deve, por conseguinte, potenciar os esforços da União e assegurar que a repartição e a acessibilidade dos benefícios da Europa sem fronteiras sejam uniformes e equitativas. Num modelo europeu de sociedade, os cidadãos esperam ter acesso a um nível adequado de serviços básicos tais como a saúde, a protecção civil e a igualdade de oportunidades. Para tal, será necessário, num quadro comum, dar pleno sentido à cidadania europeia..."
ESTRATÉGIA VI, no DI ou n' O Bule do Chá

segunda-feira, julho 3

PURO PRAZER #238


Vida
(A UNS POLÍTICOS)

Alexandre! Alexandre! és tu que choras
Não haver já mais mundo que conquistes…
E sais daqui, ó triste! sem ao menos
Ter olhado uma vez dentro em tua alma!
Alexandres inglórios! toda a terra
Acabou, onde a vista vos alcança!
Correis … correis … correis…atrás de um átomo…
E ides deixando, ao lado, os universos!

Mas vós não vedes nada disto! nada!
E quereis aos homens ensinar a vida?!

Odes Modernas, Antero de Quental

CHÁ QUENTE #208


A Câmara Municipal da Calheta decidiu cancelar a edição deste ano do Festival de Julho, marcado inicialmente para decorrer entre os dias 19 a 23.
...A edilidade explica porquê: “a situação económica e financeira que afecta as autarquias dos Açores, em especial as câmaras municipais que desenvolveram e ainda desenvolvem um esforço de investimento muito significativo em zonas de dupla insularidade, como é o nosso caso, é uma das razões que aconselham à tomada desta medida”.
Mas há também o esforço que a autarquia diz estar a fazer no sentido de cumprir o plano de recuperação financeira, e ainda as obras em curso no âmbito do III Quadro Comunitário de Apoio, entre as quais estão o Centro Cultural da Calheta, as estradas na Ribeira Seca e em Santo Antão - em fase de conclusão - e a construção do Campo de Jogos Municipal da Calheta, que será adjudicada em breve
...

NOTA: A Câmara Municipal da Calheta está a sentir na pele as consequências dos últimos anos, naturalemeete concordo com o recuo, mas analisando os investimentos propostos será que devia estar a gastar os seus fundos repetindo no seu concelho infra-estruturas que já existem no Concelho das Velas?

domingo, julho 2

É d'HOMEM #88

"...não nos podemos ficar por dizer ou escrever que as coisas estão mal, sem irmos pelo menos um pouco mais além. Desde logo convém dizer que o que está mal é a folclorização e a fossilização anacrónica da nossa própria vida em coisas impensáveis como currais de porcos (uma cereja em cima do bolo); a criação de guetos cuja função óbvio é a desgraça nas suas variadas vertentes (o próprio Bailão é um gueto sem sentido cujo nascimento anunciou o desnorte nas festas que se iria seguir); a substituição das célebres tascas por cantinas miseráveis; a insistência em rainhas, damas e damos de rir às gargalhadas; o desfilar penoso de dezenas de marchas até às tantas da manhã; os problemas colocadas ao trânsito antes, durante e depois das festas, que só arreliam toda a gente; a concentração aos molhos de coisas num determinado período de tempo, antecedido e precedido do marasmo costumeiro; a falta de um gosto e de uma cultura modernos em quase tudo o que é feito, tendo como contraponto uma espécie de cristalização do nosso viver colectivo num tempo ideal que ninguém sabe qual é – tal como ninguém sabe porquê, para que serve, etc. Enfim… E já nem o povo vai nessa miscelânea sem sentido. Pelo contrário, farta-se de falar mal, em coro – sem, no entanto, dar a cara ou o corpo ao manifesto, como, aliás, é muito típico destas gentes..."
Perceber os tempos, Armando Mendes

sábado, julho 1

CHÁ DAS CINCO #124

We like the Portuguese. We do. It is just we can't remember why we do. They are, we are told, our oldest ally, although no one can remember why or for how long. We like Portuguese wine, such as vihno verde and port. But no one can remember whether port should be passed to the left or right. Or what VSOP means.
We like their beaches and golf courses in the Algarve. We know Lisbon is one of the world's most beautiful cities but can't remember the name of a single street. We like the fact Portugal stopped being fascist, using carnations instead of guns but we can't remember when. (It was 1974).
We love the Portuguese, mostly because they are not Spanish. Or French. Or German. Or ...

CHÁ DAS CINCO #123


Premonições matinais!