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Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsinore
E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmos só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar
© Pena Capital. Mário Cesariny, 1957
segunda-feira, outubro 31
PURO PRAZER #171
(15 anos)
domingo, outubro 30
É d'HOMEM #54
"...A defesa da coesão nacional será um objectivo permanente da minha acção, porque só assim é possível satisfazer efectivamente a diversidade de interesses regionais e locais e assegurar condições favoráveis ao desenvolvimento. Aí incluo, em posição destacada, o apoio às autonomias regionais dos Açores e da Madeira, realizações de sucesso da democracia portuguesa. Defendo o diálogo profícuo entre os órgãos de governo regional e nacional e o reconhecimento das especificidades das Regiões no quadro da solidariedade entre as diversas partes do todo nacional..."
In As minhas ambições para Portugal, manifesto de Aníbal Cavaco Silva à Presidência da República
In As minhas ambições para Portugal, manifesto de Aníbal Cavaco Silva à Presidência da República
(Esta é a única abordagem que o Chá Verde se sente capaz de fazer às Presidenciais, ficando a aguardar, serenamente, os manifestos deste e deste senhor para poder manifestar publicamente as suas conclusões)
CHÁ COM TORRADAS #100
"...a concreta planificação de investimentos, sob o mesmo território, implica ou deve implicar, para além da cooperação, coordenação de grandes objectivos e políticas entre a Administração Regional e Local.
A lógica reclama-o. E o desenvolvimento dos Açores e fortalecimento da Autonomia a isso obriga.
Posições como as defendidas, há poucos anos (durante o Governo Durão Barroso) pela Presidente da Associação de Municípios dos Açores no sentido de que os respectivos municípios deviam ter acesso a fundos comunitários nacionais sem intermediação da Administração Regional – só podem ser consideradas como táctica aforradora de curto alcance, no mínimo indiferente a uma correcta coordenação regional conforme à Autonomia..."
PODERES E COOPERAÇÃO, por Francisco Coelho
"...não houve o cuidado de introduzir na lei máxima do Estado a realidade da existência de concelhos nas Regiões Autónomas e isto levou à situação bizarra de não existir claramente definida a hierarquia política dos três poderes que coabitam nos Açores: o poder do Estado, o poder da Região e o poder Municipal.
Ora, parece-me que seria inevitável vir a clarificar este assunto e saber, por exemplo, a quem compete a execução nas Regiões Autónomas das leis sobre o municipalismo emanadas da Assembleia da República.
A mim não me resta dúvida que esse poder deve claramente pertencer aos Órgãos de Governo próprio da Região (...) O que não me surge como aceitável é este mimetismo em que temos vivido de o figurino de repartição do poder por um lado e, acima de tudo, de ritmo da descentralização se fazer nas Regiões Autónomas pela lei geral.
Nisto, como em tudo, deve sempre estar presente a autonomia política, constitucional e democrática. Os açorianos organizados politicamente são suficientes e capazes para se auto-governarem..."
Os três poderes, por Reis Leite
(...o «duo» do Diário Insular colocou, finalmente, o politiquês de lado e trouxe-nos uns bons nacos de prosa política. Aos poucos o novo discurso vai passando. É bonito de ler e será ainda mais quando for levado a bom porto. Cá estaremos!)
A lógica reclama-o. E o desenvolvimento dos Açores e fortalecimento da Autonomia a isso obriga.
Posições como as defendidas, há poucos anos (durante o Governo Durão Barroso) pela Presidente da Associação de Municípios dos Açores no sentido de que os respectivos municípios deviam ter acesso a fundos comunitários nacionais sem intermediação da Administração Regional – só podem ser consideradas como táctica aforradora de curto alcance, no mínimo indiferente a uma correcta coordenação regional conforme à Autonomia..."
PODERES E COOPERAÇÃO, por Francisco Coelho
"...não houve o cuidado de introduzir na lei máxima do Estado a realidade da existência de concelhos nas Regiões Autónomas e isto levou à situação bizarra de não existir claramente definida a hierarquia política dos três poderes que coabitam nos Açores: o poder do Estado, o poder da Região e o poder Municipal.
Ora, parece-me que seria inevitável vir a clarificar este assunto e saber, por exemplo, a quem compete a execução nas Regiões Autónomas das leis sobre o municipalismo emanadas da Assembleia da República.
A mim não me resta dúvida que esse poder deve claramente pertencer aos Órgãos de Governo próprio da Região (...) O que não me surge como aceitável é este mimetismo em que temos vivido de o figurino de repartição do poder por um lado e, acima de tudo, de ritmo da descentralização se fazer nas Regiões Autónomas pela lei geral.
Nisto, como em tudo, deve sempre estar presente a autonomia política, constitucional e democrática. Os açorianos organizados politicamente são suficientes e capazes para se auto-governarem..."
Os três poderes, por Reis Leite
(...o «duo» do Diário Insular colocou, finalmente, o politiquês de lado e trouxe-nos uns bons nacos de prosa política. Aos poucos o novo discurso vai passando. É bonito de ler e será ainda mais quando for levado a bom porto. Cá estaremos!)
sábado, outubro 29
CHÁ DAS CINCO #81
Afinal ainda há «abébias»:
«Abébia» democrática 1
Uma lista constituída por elementos da oposição (PSD-CDS/PP) venceu as eleições para a mesa da Assembleia de Freguesia de São Pedro, em Angra do Heroísmo. A lista obteve cinco dos nove votos possíveis, apesar de o PS dispor de uma maioria de cinco representantes contra três do PSD e um do PP. O povo que votou maioritariamente no PS agradece aos seus «legítimos» representantes.
«Abébia» democrática 2
A coligação à esquerda (PS/CDU) na Câmara da Horta. Um balão de oxigénio para o Sr. «dinossauro» DecMota cujo perfil político não assegura certeza e estabilidade. Veremos se aguentam até 2008.
«Abébia» democrática 1
Uma lista constituída por elementos da oposição (PSD-CDS/PP) venceu as eleições para a mesa da Assembleia de Freguesia de São Pedro, em Angra do Heroísmo. A lista obteve cinco dos nove votos possíveis, apesar de o PS dispor de uma maioria de cinco representantes contra três do PSD e um do PP. O povo que votou maioritariamente no PS agradece aos seus «legítimos» representantes.
«Abébia» democrática 2
A coligação à esquerda (PS/CDU) na Câmara da Horta. Um balão de oxigénio para o Sr. «dinossauro» DecMota cujo perfil político não assegura certeza e estabilidade. Veremos se aguentam até 2008.
sexta-feira, outubro 28
É d'HOMEM #53
"Mal vamos se houver uma reedição de uma moção única, pouco ou nada criticada, e no fim votada quase por unanimidade. Corresponderá a um suicídio."
A crise, por José Guilherme Reis Leite
A crise, por José Guilherme Reis Leite
quinta-feira, outubro 27
CHÁ QUENTE #116
Coisas importantes:
Uma Carta Magna da Competitividade e um Relatório da Competitividade em 2005 em Portugal.
Uma Carta Magna da Competitividade e um Relatório da Competitividade em 2005 em Portugal.
quarta-feira, outubro 26
PURO PRAZER #168
It's a wonderful life
George - What is it you want, Mary? What do you want? You...you want the moon? Just say the word and I'll throw a lasso around it and pull it down. Hey! That's a pretty good idea! I'll give you the moon, Mary. ... Then you can swallow it, and it'll all dissolve see, and the moonbeams would shoot out of your fingers and your toes and the ends of you hair ... am I talking too much?
Man on Porch - Why don't you kiss her instead of talking her to death? Oh! Youth is wasted on the wrong people!
CHÁ QUENTE #114
A ler:
CONSTRUIR UMA ALTERNATIVA POLÍTICA, por Pedro Gomes
(sendo que a única consequência possível deste artigo é uma candidatura à liderança do PSD/A)
CONSTRUIR UMA ALTERNATIVA POLÍTICA, por Pedro Gomes
(sendo que a única consequência possível deste artigo é uma candidatura à liderança do PSD/A)
terça-feira, outubro 25
PURO PRAZER #167
Jura
Jura muitas vezes começar uma vida melhor.
Mas quando vem a noite com os seus próprios conselhos.
com os seus compromissos, e com as suas promessas;
mas quando vem a noite com a sua própria força
do corpo que quer e pede, para a mesma
alegria fatal, perdido, vai de novo.
Os Poemas, Konstandinos Kavafis
Ed. Relógio D'Água, 2005
segunda-feira, outubro 24
CHÁ QUENTE #113
À atenção da insubstituível Vereadora para a Cultura
da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo
Exm.ª Sr.ª Dr.ª Luísa Brasil aqui se prova que...
...é possível fazer mais e melhor do que tem sido feito no Teatro:
FESTIVAL DE TEATRO “JUVEARTE 2005” com 10 Grupos de Teatro de Ponta Delgada, Ribeira Grande, Angra do Heroísmo, Funchal, Lisboa, Sintra, Almada, Leiria, Porto e Alentejo.
...é possível fazer mais e melhor do que tem sido feito no Cinema:
Para o efeito e com o objectivo de proporcionar ao público açoreano a oportunidade de assistir à exibição dos melhores filmes que passam anualmente neste festival, a MUU PRODUÇÕES CULTURAIS estabeleceu uma parceria com a CINEMA NOVO, CRL para a realização da “SEMANA FANTASPORTO 2005”.
Exm.ª Sr.ª Dr.ª Luísa Brasil aqui se prova que...
...é possível fazer mais e melhor do que tem sido feito no Teatro:
FESTIVAL DE TEATRO “JUVEARTE 2005” com 10 Grupos de Teatro de Ponta Delgada, Ribeira Grande, Angra do Heroísmo, Funchal, Lisboa, Sintra, Almada, Leiria, Porto e Alentejo.
...é possível fazer mais e melhor do que tem sido feito no Cinema:
Para o efeito e com o objectivo de proporcionar ao público açoreano a oportunidade de assistir à exibição dos melhores filmes que passam anualmente neste festival, a MUU PRODUÇÕES CULTURAIS estabeleceu uma parceria com a CINEMA NOVO, CRL para a realização da “SEMANA FANTASPORTO 2005”.
Mui Atenciosamente,
Guilherme Tavares Marinho
domingo, outubro 23
PURO PRAZER #165
“Já há muito que vos dedicais a compenetrar-vos da vossa existência. Cuidadosamente, etiquetais, classificais, limitais as personagens que vos aparecem, e a vossa própria. Munidos de lentes finas e sem hastes, ides procurando, míopes e atentos, todas as diferenças. O cuidado com que os pintores do vosso século XVI contornavam as figuras, também o tendes vós em relação ao vosso espírito. Às vezes, quando me encontro só, folheando um desses livros a que atribuís algum valor, esquecendo com as sombras da noite uma angústia hoje familiar, fruo um gozo raro ao meditar na vossa caça ao indivíduo e nos esforços que fazeis para reter uma presa tão preciosa. Porque se é certo que vos encontrais a vós próprios, é tão só à maneira desses magos que, depois de haverem invocado os demónios, vêem o seu quarto invadido por inúmeros seres cornudos e despertam, muito mais tarde, sob pilhas de livros. Eles sentem uma grande dor de cabeça. Não que os livros os tenham magoado, mas recordam-se de que os diabos se disputavam e se batiam, porque cada um deles queria ser único e verdadeiro, o que induz em novas dificuldades tais feiticeiros engenhosos.”
A Tentação do Ocidente, André Malraux. Ed. Bertrand, 2005.
A Tentação do Ocidente, André Malraux. Ed. Bertrand, 2005.
CHÁ QUENTE #112
A decidida aposta na construção de relações de cooperação mais fluidas e estáveis é, desde algum tempo, o caminho escolhido pelos sistemas políticos descentralizados mais avançados. A importância que oferecem as estruturas formais de cooperação, que aqui defendemos e propugnamos, seja com a Madeira seja com a administração central, através de Comissões Bilaterais e/ou Comissões Mistas Sectoriais, também se avaliará, assim, a médio prazo, no seu contributo para a necessária melhoria da capacidade de auto-governo da nossa Região.
Janelas Altas VII. Para uma revisão Estatutária. No Diário Insular de hoje e n'O Bule do Chá
Janelas Altas VII. Para uma revisão Estatutária. No Diário Insular de hoje e n'O Bule do Chá
sexta-feira, outubro 21
quinta-feira, outubro 20
quarta-feira, outubro 19
POST(AL) AUTONÓMICO #21
“…procurando mais uma vez – perdoem-me a insistência e o repisar do assunto – fixar os aspectos em que na actualidade se apresenta o problema da autonomia administrativa, regime de excepção para os distritos insulanos, que se torna desnecessário voltar a defender e justificar, visto o Governo já ter reconhecido que mais pesam hoje do que em 1895 as razões da campanha daquela época e que mesmo a essas razões outras se lhes podem juntar, em resumo:
1.º - Ao contrário do que preconiza o Estatuto, as Juntas Gerais (pelo menos a deste distrito) não dispõem de recursos próprios suficientes para sustentarem a sua autonomia.
2.º- A situação que se apresenta é a negação flagrante e clamorosa do princípio e elementar justiça que no Estatuto está escrito por estas palavras que volto a recordar. “Desde que o Governo entrega às Juntas Gerais serviços que no Continente estão a seu cargo, justo é que lhes confie também receitas suficientes para fazerem face aos encargos que eles acarretam”.
3.º - Estando as receitas das Juntas muito longe de bastarem para as suas despesas obrigatórias, com a consequência de alguns serviços de maior interesse público irem a caminho do estiolamento, as Juntas, com receitas de vida e despesas de morta, conforme a síntese do Dr. Armando Cândido, em grande parte da sua acção encontram-se convertidas em pagadorias, que são também a negação do que se estabelece e ensina em palavras do Estatuto que já por mais de uma vez li.
4.º - Assim destruído o indispensável equilíbrio entre as receitas e as despesas, perante a importância dos interesses públicos em jogo apresenta-se com o carácter de inadiável necessidade, sempre conforme estabelece o Estatuto (e pelas palavras que nele se lêem), que às Juntas se atribuam receitas e fixem encargos que deixem disponibilidades suficientes para uma obra de fomento, senão grandiosa, ao menos bastante para auxiliar o incremento da riqueza e o melhoramento da economia local, isto é: - para que as Juntas evitem a consumação da asfixia e saiam da letargia em que se estiolam. E não é lícito desejá-lo por meio de subsídios do Estado, não só porque o Estatuto expressamente os repele e rejeita – nem podia deixar de fazê-lo – como processo corrente de administração, como também porque, e nada há mais elementar, subsídios são a negação de autonomia, não se admitem autonomias que para existirem precisem de subsídios permanentes.
Afinal, como vêem, história da Autonomia à parte (e com remorsos e vexado reconheço), nesta curta enumeração se contém tudo o que encheu a eternidade desta palestra!”
A Autonomia Administrativa dos Distritos das Ilhas Adjacentes, José Bruno Carreiro. Colecção Autonomia, Ed. Jornal de Cultura, 1994.
(Esta palestra tendo sido proferida há 50 anos continua, cruelmente, actual. Se, historicamente, os movimentos autonómicos coincidiram com momentos de fragilidade política do Estado também é verdade que só tiveram sustentabilidade porque existiram gerações de açorianos motivadas para tal desígnio. Hoje, não tenho essa certeza.) Também no Da Autonomia.
1.º - Ao contrário do que preconiza o Estatuto, as Juntas Gerais (pelo menos a deste distrito) não dispõem de recursos próprios suficientes para sustentarem a sua autonomia.
2.º- A situação que se apresenta é a negação flagrante e clamorosa do princípio e elementar justiça que no Estatuto está escrito por estas palavras que volto a recordar. “Desde que o Governo entrega às Juntas Gerais serviços que no Continente estão a seu cargo, justo é que lhes confie também receitas suficientes para fazerem face aos encargos que eles acarretam”.
3.º - Estando as receitas das Juntas muito longe de bastarem para as suas despesas obrigatórias, com a consequência de alguns serviços de maior interesse público irem a caminho do estiolamento, as Juntas, com receitas de vida e despesas de morta, conforme a síntese do Dr. Armando Cândido, em grande parte da sua acção encontram-se convertidas em pagadorias, que são também a negação do que se estabelece e ensina em palavras do Estatuto que já por mais de uma vez li.
4.º - Assim destruído o indispensável equilíbrio entre as receitas e as despesas, perante a importância dos interesses públicos em jogo apresenta-se com o carácter de inadiável necessidade, sempre conforme estabelece o Estatuto (e pelas palavras que nele se lêem), que às Juntas se atribuam receitas e fixem encargos que deixem disponibilidades suficientes para uma obra de fomento, senão grandiosa, ao menos bastante para auxiliar o incremento da riqueza e o melhoramento da economia local, isto é: - para que as Juntas evitem a consumação da asfixia e saiam da letargia em que se estiolam. E não é lícito desejá-lo por meio de subsídios do Estado, não só porque o Estatuto expressamente os repele e rejeita – nem podia deixar de fazê-lo – como processo corrente de administração, como também porque, e nada há mais elementar, subsídios são a negação de autonomia, não se admitem autonomias que para existirem precisem de subsídios permanentes.
Afinal, como vêem, história da Autonomia à parte (e com remorsos e vexado reconheço), nesta curta enumeração se contém tudo o que encheu a eternidade desta palestra!”
A Autonomia Administrativa dos Distritos das Ilhas Adjacentes, José Bruno Carreiro. Colecção Autonomia, Ed. Jornal de Cultura, 1994.
(Esta palestra tendo sido proferida há 50 anos continua, cruelmente, actual. Se, historicamente, os movimentos autonómicos coincidiram com momentos de fragilidade política do Estado também é verdade que só tiveram sustentabilidade porque existiram gerações de açorianos motivadas para tal desígnio. Hoje, não tenho essa certeza.) Também no Da Autonomia.
terça-feira, outubro 18
CHÁ COM TORRADAS #97
A RDP/A brinda-nos às 8.30 com a seguinte notícia:
Berta Cabral poderá fazer uma jogada de antecipação e lançar para a liderança do PSD/A uma pessoa da sua confiança até 2007. Só nessa altura é que a actual presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada avançaria para a liderança do seu partido na Região Autónoma.
Oferece-me dizer o seguinte:
É fundamental uma clarificação de águas no maior partido da oposição. Já o escrevi e volto a repetir que uma boa oposição ajuda a um melhor Governo. Como tal, é necessário precisar que 2006 e 2007 não podem ser entendidos, politicamente, como anos zero, senão vejamos: serão dois anos em que o Governo Regional aplicará o seu programa tentando reforçar o posicionamento da Região face ao estado económico-financeiro da nação, em que se trabalhará sobre o próximo quadro comunitário de apoio e sobre o estatuto político-administrativo, bem como nas reformas políticas que daí possam advir. Assim, uma estratégia de dois anos de «micro-ondas» ou de «aguenta que ainda não é tempo» só se concebe num modo de fazer política à moda antiga. Mas, a isto o PSD/A já nos tem habituado, infelizmente...
Berta Cabral poderá fazer uma jogada de antecipação e lançar para a liderança do PSD/A uma pessoa da sua confiança até 2007. Só nessa altura é que a actual presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada avançaria para a liderança do seu partido na Região Autónoma.
Oferece-me dizer o seguinte:
É fundamental uma clarificação de águas no maior partido da oposição. Já o escrevi e volto a repetir que uma boa oposição ajuda a um melhor Governo. Como tal, é necessário precisar que 2006 e 2007 não podem ser entendidos, politicamente, como anos zero, senão vejamos: serão dois anos em que o Governo Regional aplicará o seu programa tentando reforçar o posicionamento da Região face ao estado económico-financeiro da nação, em que se trabalhará sobre o próximo quadro comunitário de apoio e sobre o estatuto político-administrativo, bem como nas reformas políticas que daí possam advir. Assim, uma estratégia de dois anos de «micro-ondas» ou de «aguenta que ainda não é tempo» só se concebe num modo de fazer política à moda antiga. Mas, a isto o PSD/A já nos tem habituado, infelizmente...
A ler:
Rescaldos, por Nuno Mendes
Intrigas Micaelenses, por Tomaz Dentinho (Açoriano Oriental de hoje)
Nota sobre nada, editorial do Diário Insular de hoje
segunda-feira, outubro 17
CHÁ QUENTE #111
"Constata-se que as relações de cooperação em Portugal, diferentemente do restante panorama comparado, tomam um balanço pobre que impede o aproveitamento das reais virtudes do sistema autonómico.
Lembramos que as causas da aparição destes instrumentos de cooperação foram o crescimento das tarefas que os poderes públicos territoriais tiveram que afrontar e o alcance supra-territorial dos problemas que tiveram que resolver. Hoje em dia, actuações sobre âmbitos como a educação, saúde, ambiente, obras públicas e telecomunicações não podem encarar-se como sendo responsabilidade de uma só instância."
Janelas Altas VI. Para uma Revisão Estatutária. No Diário Insular de domingo ou, como sempre, n'O Bule do Chá.
Lembramos que as causas da aparição destes instrumentos de cooperação foram o crescimento das tarefas que os poderes públicos territoriais tiveram que afrontar e o alcance supra-territorial dos problemas que tiveram que resolver. Hoje em dia, actuações sobre âmbitos como a educação, saúde, ambiente, obras públicas e telecomunicações não podem encarar-se como sendo responsabilidade de uma só instância."
Janelas Altas VI. Para uma Revisão Estatutária. No Diário Insular de domingo ou, como sempre, n'O Bule do Chá.
CHÁ COM TORRADAS #96
Um blog não depende só da vontade do blogger. Ou seja, os problemas no portátil dão-nos cabo da cabeça.
sábado, outubro 8
PURO PRAZER #163
Últimas aquisições
Charlie Parker, The Complete Norman Granz Master Takes
Miles Davis, Complete 1951-1953 All Stars Studio Recordings
John Coltrane, The Complete Mainstream 1958 Sessions
Futuras aquisições
Miles Davis, The Cellar Door Sessions 1970
Thelonious Monk Quartet with John Coltrane- At Carnegie Hall
Charlie Parker, The Complete Norman Granz Master Takes
Miles Davis, Complete 1951-1953 All Stars Studio Recordings
John Coltrane, The Complete Mainstream 1958 Sessions
Futuras aquisições
Miles Davis, The Cellar Door Sessions 1970
Thelonious Monk Quartet with John Coltrane- At Carnegie Hall
(em som de fundo Monk's Mood)
John Coltrane, One Up, One Down: Live At The Half Note
John Coltrane, One Up, One Down: Live At The Half Note
sexta-feira, outubro 7
CHÁ QUENTE #110
"As autarquias locais deveriam fazer jus ao nome de escolas da democracia que receberam, nomeadamente pela voz de Alexis de Tocqueville largamente difundida pelos mais significativos autores portugueses. Deveríamos ter exemplos de democracia que se revelaria no exercício de referendos, no poder efectivo das assembleias e ainda em algo que as pessoas julgam que existe a nível local, mas que não existe efectivamente: a relação directa entre os eleitos e os eleitores. Quem, vivendo numa freguesia, alguma vez teve uma reunião com membros da respectiva assembleia para trocar impressões sobre os assuntos da comunidade local? Quem, vivendo num município, já viu os membros da assembleia municipal convocar reuniões para prestar contas? As excepções que, porventura, haja apenas confirmam a regra.
Não será fácil mudar estas coisas, se é que se quer mudar, se é que se quer um autêntico poder local democrático ou, como prefiro chamar-lhe, uma democracia local. É toda uma pedagogia democrática que está por fazer. Se houver a preocupação de mudar as coisas, há um ponto por onde começar: modificar a organização e funcionamento das assembleias locais. Não é tudo, mas é muito importante. Alguém estará interessado nisso? "
In Democracia local e a obsessão presidencial, António Cândido de Oliveira (Público, 5 de Outubro de 2005)
Não será fácil mudar estas coisas, se é que se quer mudar, se é que se quer um autêntico poder local democrático ou, como prefiro chamar-lhe, uma democracia local. É toda uma pedagogia democrática que está por fazer. Se houver a preocupação de mudar as coisas, há um ponto por onde começar: modificar a organização e funcionamento das assembleias locais. Não é tudo, mas é muito importante. Alguém estará interessado nisso? "
In Democracia local e a obsessão presidencial, António Cândido de Oliveira (Público, 5 de Outubro de 2005)
(...a reflectir antes mas, sobretudo, depois de dia 9)
quinta-feira, outubro 6
PURO PRAZER #162
Há o mar há a mulher
quer um quer outro me chegam em acessíveis baías
abertas talvez no adro amplo das tardes dos domingos
Oiço chamar mas não de uma forma qualquer
chamar mas de uma certa maneira
talvez um apelo ou uma presença ou um sofrimento
Ora eu que no fundo
apesar das muitas palavras vindas nas muitas páginas dos dicionários
bem vistas as coisas disponho somente de duas palavras
desde a primeira manhã do mundo
para nomear só duas coisas
apenas preciso de as atribuir
(...)
Excerto de «Uma forma de me despedir» de Ruy Belo
quer um quer outro me chegam em acessíveis baías
abertas talvez no adro amplo das tardes dos domingos
Oiço chamar mas não de uma forma qualquer
chamar mas de uma certa maneira
talvez um apelo ou uma presença ou um sofrimento
Ora eu que no fundo
apesar das muitas palavras vindas nas muitas páginas dos dicionários
bem vistas as coisas disponho somente de duas palavras
desde a primeira manhã do mundo
para nomear só duas coisas
apenas preciso de as atribuir
(...)
Excerto de «Uma forma de me despedir» de Ruy Belo
quarta-feira, outubro 5
CHÁ QUENTE #109
Quero desde já manifestar publicamente a minha frontal discordância com qualquer inversão do ónus da prova seja em que circunstância for. O cidadão é uma pessoa de bem e age de boa-fé, salvo prova em contrário da responsabilidade do Estado. Este é um princípio inalienável da minha concepção do Estado de Direito Democrático!Habituem-se...
CHÁ DAS CINCO #80
Segundo notícia do Açoriano Oriental de hoje:
"O líder do PS/A, Carlos César, acertou quando disse que a Câmara de Ponta Delgada está a competir com o Governo Regional, porque a sua presidente e candidata a novo mandato, Berta Cabral, já deixou bem vincado que “essa competição, além de saudável, vem garantir que o concelho ganhe duas vezes mais desenvolvimento”. E tanto assim é que, em seu entender, o município é que tem dado o primeiro passo em relação a obras emblemáticas, o que leva o Executivo a também avançar com os seus projectos para Ponta Delgada. “Se a Câmara não avançasse com a recuperação do Coliseu, o Executivo não teria recuperado o Teatro Micaelense”, salientou para mencionar outro exemplo de como as coisas se processam daquela forma: “A construção pelo município do Parque Urbano é um investimento que incentiva agora o Governo a querer apresentar o seu projecto para um novo espaço verde junto às Laranjeiras”."
Pelos vistos há quem não conheça Galileu e pense que Ponta Delgada é o Sol. Pelos vistos há quem pense que os recursos são infinitos! Pelos vistos é saudável uma câmara concorrer com o Governo!Pelos vistos há quem ache que cooperação é coisa de livros e de teóricos! Pelos vistos as infraestruturas de cultura e lazer são estruturantes para o desenvolvimento de um povo!Pelos vistos os pilares da Agenda XXI como a formação profissional, as novas tecnologias e o ambiente não merecem atenção!Pelos vistos há quem continue a fazer política com os mesmos olhos de há 20 anos!Pelos vistos este vai ser o mote dos próximos 4 anos!Pelos vistos há quem ache isto tudo normal!Habituem-se vocês que eu não...
"O líder do PS/A, Carlos César, acertou quando disse que a Câmara de Ponta Delgada está a competir com o Governo Regional, porque a sua presidente e candidata a novo mandato, Berta Cabral, já deixou bem vincado que “essa competição, além de saudável, vem garantir que o concelho ganhe duas vezes mais desenvolvimento”. E tanto assim é que, em seu entender, o município é que tem dado o primeiro passo em relação a obras emblemáticas, o que leva o Executivo a também avançar com os seus projectos para Ponta Delgada. “Se a Câmara não avançasse com a recuperação do Coliseu, o Executivo não teria recuperado o Teatro Micaelense”, salientou para mencionar outro exemplo de como as coisas se processam daquela forma: “A construção pelo município do Parque Urbano é um investimento que incentiva agora o Governo a querer apresentar o seu projecto para um novo espaço verde junto às Laranjeiras”."
Pelos vistos há quem não conheça Galileu e pense que Ponta Delgada é o Sol. Pelos vistos há quem pense que os recursos são infinitos! Pelos vistos é saudável uma câmara concorrer com o Governo!Pelos vistos há quem ache que cooperação é coisa de livros e de teóricos! Pelos vistos as infraestruturas de cultura e lazer são estruturantes para o desenvolvimento de um povo!Pelos vistos os pilares da Agenda XXI como a formação profissional, as novas tecnologias e o ambiente não merecem atenção!Pelos vistos há quem continue a fazer política com os mesmos olhos de há 20 anos!Pelos vistos este vai ser o mote dos próximos 4 anos!Pelos vistos há quem ache isto tudo normal!Habituem-se vocês que eu não...
É d'HOMEM #52 (PARTE 3)
"A Salsiçor tem uma máquina trituradora de fazer salsichas. Ela vinha mesmo a calhar para alguns candidatos que por aí andam..."
Passados 6 dias o Açoriano Oriental veio esclarecer:
"As declarações em estilo metafórico imputadas a Berta Cabral de que teria dito, na sua recente visita à “Salsiçor”, nas Feteiras, de que há candidatos que poderiam seguir para a “trituração” nas máquinas da fábrica, não correspondem à realidade. Estão em causa, não afirmações de Berta Cabral, mas sim algumas “graças” de quem estava presente na visita da candidata e que o Açoriano Oriental citou em jeito de frases soltas, sem proceder, aliás, a qualquer identificação. O mesmo critério foi aplicado em outras peças jornalísticas relativas ao PSD nestas Autárquicas."
Conclui-se pois que o Açoriano Oriental tem como critério jornalístico a utilização de «declarações em estilo metafórico», «graças» ou «frases soltas» de extremo mau gosto «sem proceder, aliás, a qualquer identificação». Habituem-se...
Passados 6 dias o Açoriano Oriental veio esclarecer:
"As declarações em estilo metafórico imputadas a Berta Cabral de que teria dito, na sua recente visita à “Salsiçor”, nas Feteiras, de que há candidatos que poderiam seguir para a “trituração” nas máquinas da fábrica, não correspondem à realidade. Estão em causa, não afirmações de Berta Cabral, mas sim algumas “graças” de quem estava presente na visita da candidata e que o Açoriano Oriental citou em jeito de frases soltas, sem proceder, aliás, a qualquer identificação. O mesmo critério foi aplicado em outras peças jornalísticas relativas ao PSD nestas Autárquicas."
Conclui-se pois que o Açoriano Oriental tem como critério jornalístico a utilização de «declarações em estilo metafórico», «graças» ou «frases soltas» de extremo mau gosto «sem proceder, aliás, a qualquer identificação». Habituem-se...
terça-feira, outubro 4
CHÁ DAS CINCO #79
Razões para crer que "um boletim de voto tem mais força que um tiro de espingarda"!
CHÁ COM TORRADAS #94
Se alguma coisa positiva se pode retirar do discurso autárquico da maioria dos candidatos na ilha Terceira tal será a necessidade premente de uma cooperação inter-municipal. Sabendo-se que esta visão é fundamental para o futuro da ilha, aguardemos, pois, pelo dia seguinte...
segunda-feira, outubro 3
domingo, outubro 2
É d'HOMEM #52 (PARTE 2)
"A Salsiçor tem uma máquina trituradora de fazer salsichas. Ela vinha mesmo a calhar para alguns candidatos que por aí andam..."
A frase em destaque no Açoriano Oriental de 29 de Setembro de 2005 induz a que qualquer leitor a atribua a Berta Cabral. Foi o que o Chá Verde se limitou a fazer. Entretanto que se saiba não há qualquer desmentido oficial ou sequer retratação por parte do jornal. Para o Chá Verde, ao contrário do que alguns querem fazer crer, a questão de fundo não é quem a proferiu mas que ela tenha sido proferida e publicada, pelo que aqui repete: "Isto é grave, muito grave!"
A frase em destaque no Açoriano Oriental de 29 de Setembro de 2005 induz a que qualquer leitor a atribua a Berta Cabral. Foi o que o Chá Verde se limitou a fazer. Entretanto que se saiba não há qualquer desmentido oficial ou sequer retratação por parte do jornal. Para o Chá Verde, ao contrário do que alguns querem fazer crer, a questão de fundo não é quem a proferiu mas que ela tenha sido proferida e publicada, pelo que aqui repete: "Isto é grave, muito grave!"
CHÁ QUENTE #108
Segundo o Diário de Notícias:
"Das 308 câmaras municipais do País, mais de um terço estão a ser investigadas pela Polícia Judiciária (PJ). Segundo dados recolhidos pelo DN, estão a correr na PJ 264 inquéritos, mais 41 averiguações preventivas sobre 124 autarquias locais. Os dados dizem respeito às investigações de todos os departamentos da PJ, sendo que os crimes mais frequentemente identificados passam por corrupção, peculato, tráfico de influências e abuso de poder, o que não significa que todos venham a ser alvo de uma acusação."
(Se se considerar que os Açores também devem estar a contribuir para a média nacional, 1/3 de 19 municípios dá 6. Ora, se por cá só é público o caso das Lajes das Flores alguém tem ideia de quais possam ser as outras 5 câmaras? Ou o silêncio é, também aqui, de ouro?)
"Das 308 câmaras municipais do País, mais de um terço estão a ser investigadas pela Polícia Judiciária (PJ). Segundo dados recolhidos pelo DN, estão a correr na PJ 264 inquéritos, mais 41 averiguações preventivas sobre 124 autarquias locais. Os dados dizem respeito às investigações de todos os departamentos da PJ, sendo que os crimes mais frequentemente identificados passam por corrupção, peculato, tráfico de influências e abuso de poder, o que não significa que todos venham a ser alvo de uma acusação."
(Se se considerar que os Açores também devem estar a contribuir para a média nacional, 1/3 de 19 municípios dá 6. Ora, se por cá só é público o caso das Lajes das Flores alguém tem ideia de quais possam ser as outras 5 câmaras? Ou o silêncio é, também aqui, de ouro?)
sábado, outubro 1
CHÁ DAS CINCO #78
Federalistas, autonomistas e independentistas; centro derecha e izquierda, unieron ayer sus votos en el Parlamento catalán y aprobaron con una aplastante mayoría de 120 votos sobre 135 la propuesta de nuevo Estatuto de Autonomía.
Durante la primera sesión del debate de la reforma del nuevo Estatuto, el Parlamento de Cataluña ha aprobado el primer artículo del Estatut, que proclama que "Cataluña es una nación", con el aval de todos los partidos catalanes a excepción del PPC, que pedía seguir definiendo a Cataluña como nacionalidad.
Durante la primera sesión del debate de la reforma del nuevo Estatuto, el Parlamento de Cataluña ha aprobado el primer artículo del Estatut, que proclama que "Cataluña es una nación", con el aval de todos los partidos catalanes a excepción del PPC, que pedía seguir definiendo a Cataluña como nacionalidad.
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