quinta-feira, setembro 14

CHÁ QUENTE #226

Na, para mim, cada vez mais, indispensável revista Atlântico, o tema de fundo da edição de Setembro é o regresso do Compromisso Portugal às lides da cidadania activa. Da conversa com António Carrapatoso e Rui Ramos destaco uma passagem deste segundo:

“….Uma sociedade em que fossemos todos iguais seria uma sociedade estacionária. As diferenças e as lutas geram uma tensão criativa. O facto de haver esquerda e direita pode ser um conflito criativo entre pessoas que têm muito em comum mas que mesmo assim têm sensibilidades diferentes. Nós, que propomos este modelo de uma sociedade civil forte, não nos consideramos revolucionários. Queremos, no centro desta sociedade democrática, uma melhoria gradual. Toda a gente concorda que aquilo que existe não funciona e está-nos a arrastar para conflitos. Temos que sair disto. Uma sociedade moralmente mais saudável e mais responsável é aquela que pode garantir maior bem e mais serviços, maior felicidade e satisfação geral e portanto vamos discutir como é que podemos concordar com formas de poder político e de acção colectiva que nos permitam ser mais eficientes sem excluir ninguém…”

A forte penetração na comunicação social já fez com que o Movimento fosse recebido pelo Presidente da República. Vejamos o que estes Senhores nos têm para oferecer;

Princípios do Texto provocatório geral que servirá de base de debate sobre o modelo económico e social para o País na 2.ª Convenção do Compromisso Portugal

Por um País de oportunidades

Princípio 1
O cidadão no centro, valorizado e responsabilizado

Princípio 2
A garantia de uma verdadeira igualdade de oportunidades

Princípio 3
A existência de direitos sociais e de uma rede de protecção social efectiva e eficaz

Princípio 4
Um Estado forte e independente ao serviço dos cidadãos
A subsidiariedade do Estado

Princípio 5
A concorrência nos mercados enquanto fonte de valor económico e social
A flexibilidade, abertura e predisposição para a mudança.

NOTA: Apesar das críticas e adjectivos que possam querer atribuir a este grupo de pessoas há algo que ninguém lhes retira: ter ideias e vontade de as colocar em prática, seja directamente seja influenciando os decisores políticos. E não é isto que é suposto ser um movimento de cidadania? Eu penso que sim…

6 comentários:

Andre Bradford disse...

O princípio 1 pode querer dizer o que se quiser que diga; o princípio 2 devia ser o primeiro; o 3 devia ser o segundo; o 4 é absolutamente contraditório nos seus termos; o 5 é a verdadeira razão de ser deste movimento "cívico".
O que estes senhores querem sabemos nós!

Anónimo disse...

Penso que não acrescentam nada de novo, mas, água mole em pedra dura...
Quantas mais vozes, melhor.

gm disse...

André,
pelo menos estes sabem o que querem e não vejo mal nenhum nisso.
Não acredito que no meio de tanta cabeça não há-de sair uma ideia que se aproveite. Não vou por aí....

Anónimo disse...

Em tempos que já lá vão, também apareceu um "sábio" e providencial Professor de Finanças que, desiludido com o rumo do País aceitou o pesado fardo de endireitar a economia....
O resto da história também é conhecida e hoje, infelizmente, continuamos a pagar a factura do nosso atraso.
Os senhores do "Compromisso Portugal" também parecem preocupados com o rumo do País, decerto que percebem muito de finanças e ir-se-ão postar, de fato cinzento como manda a etiqueta da credibilidade, como os beneméritos salvadores dos males pátrios.
Lá irão, cantando e rindo...

Anónimo disse...

Hum! Ora aqui está algo a aprofundar! Interessante Guilherme...

Anónimo disse...

Reduzir (ou será despedir) 200 mil funcionários públicos e propôr uma capitação absurda dos descontos para a Segurança Social, eis as magnas conclusões das ilustres cabeçinhas reunidas no Beato.
Isto é que é cidadania, dr. Guilherme?
Ou já meteu a cabeça na areia na promoção deste evento?