domingo, março 19

PURO PRAZER #216


Don Giovanni, O Dissoluto

Culpado, de Lorenzo Da Ponte
ZERLINA:
Tra quest'arbori celata,
Si può dar che non mi veda.
(Vuol nascondersi)
DON GIOVANNI:
Zerlinetta, mia garbata,
T'ho già visto, non scappar!
(La prende.)
ZERLINA:
Ah lasciatemi andar via!
DON GIOVANNI:
No, no, resta, gioia mia!
ZERLINA:
Se piedate avete in core!
DON GIOVANNI:
Sì, ben mio! son tutto amore...
Vieni un poco - in questo loco
fortunata io ti vo' far.

Absolvido, de José Saramago
"(...) A minha ideia é que Don Giovanni, ao contrário do que se diz, não é um sedutor, mas antes um seduzido. A simples presença de uma mulher perturba-o. Mas isto não é o importante. O importante é a dignidade de quem é capaz de dizer NÃO quando não só a sua vida mas também a salvação da sua alma se encontram em perigo. É certo que Don Giovanni é um fraco com as mulheres, mas "compensa-o" bem com a sua força ética no momento em que é tentado pela facilidade hipócrita do perdão. Estamos perante um paradoxo: Don Giovanni, o sujeito imoral por excelência, é um homem fiel à sua propria responsabilidade ética (...)"
In Jornal de Letras, 15 de Março.

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