Príncipe Baltazar Carlos em traje de caça, Velasquez
Pública – As novas gerações de políticos vão pelo mesmo caminho? Nas juventudes partidárias …
Maria de Fátima Bonifácio – Acho as juventudes partidárias uma coisa nociva. São estruturas onde os políticos adquirem todos os vícios. E incentivam os indivíduos a fazerem uma carreira política sem nunca terem tido uma profissão.
P. – Não deve haver profissionais da política?
M.F.B.- Sim, mas desde que partam para essa fase tendo a sua carreira profissional a que possam voltar. Acho mal que um indivíduo ingresse numa juventude partidária aos 17 ou 18 anos, aos 30 passe para o partido, dali a algum tempo chegue a secretário de Estado, eventualmente a ministro, sem nunca ter tido uma profissão. Eu se mandasse, acabava com as juventudes partidárias. Eu bem sei que são úteis aos partidos. Sai-lhes mais barato ao pô-las a colar cartazes, a arrebanhar para os comícios, do que se tivessem de pagar a uma empresa. Mas são um alfobre de vícios. Se eu mandasse, acabava com elas.
In Pública de 28 de Agosto.
4 comentários:
Analisado dessa forma, concordo. ;)
Eu acho muito bem o que aí está. Falando com muitos deles (sublinho o "muitos", para que se perceba que não são "todos") vê-se que sabem pouco do que é produzir, trabalhar, viver numa comunidade plural onde há que fazer pela vida.
Além de que têm um aspecto de "velhos no berço"... ;)
...absolutamente, "velhos no berço" ou "juvenis à la carte" ... aposto que até o Principe Baltazar Carlos lhes punha a cabeça a andar à roda.
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