quinta-feira, dezembro 30
PURO PRAZER #47
Três de Maio, Goya
Carta a meus filhos sobre os fuzilamentos de Goya
Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso.
É possível, porque tudo é possível, que ele seja
aquele que eu desejo para vós. Um simples mundo,
onde tudo tenha apenas a dificuldade que advém
de nada haver que não seja simples e natural.
Um mundo em que tudo seja permitido,
conforme o vosso gosto, o vosso anseio, o vosso prazer,
o vosso respeito pelos outros, o respeito dos outros por vós.
E é possível que não seja isto, nem seja sequer isto
o que vos interesse para viver. Tudo é possível,
ainda quando lutemos, como devemos lutar,
por quanto nos pareça a liberdade e a justiça,
ou mais que qualquer delas uma fiel
dedicação à honra de estar vivo.
Um dia sabereis que mais que a humanidade
não tem conta o número dos que pensaram assim,
amaram o seu semelhante no que ele tinha de único,
de insólito, de livre, de diferente,
e foram sacrificados, torturados, espancados,
e entregues hipocritamente á secular justiça,
para que os liquidasse «com suma piedade e sem efusão de
sangue».
Por serem fiéis a um Deus, a um pensamento,
a uma pátria, uma esperança, ou muito apenas
à fome irrespondível que lhes roía as entranhas,
foram estripados, esfolados, queimados, gaseados,
e os seus corpos amontoados tão anonimamente quanto
haviam vivido,
ou suas cinzas dispersas para que delas não restasse memória.
Às vezes, por serem de uma raça, outras
por serem de uma classe, expiaram todos
os erros que não tinham cometido ou não tinham consciência
de haver cometido. Mas também aconteceu
e acontece que não foram mortos.
Houve sempre infinitas maneiras de prevalecer,
aniquilando mansamente, delicadamente,
por ínvios caminhos quais se diz que são ínvios os de Deus.
Estes fuzilamentos, este heroísmo, este horror,
foi uma coisa, entre mil, acontecida em Espanha
há mais de um século e que por violenta e injusta
ofendeu o coração de um pintor chamado Goya,
que tinha o coração muito grande, cheio de fúria
e de amor. Mas isto nada é, meus filhos.
Apenas um episódio, um episódio breve,
nesta cadeia de que sois um elo (ou não sereis)
de ferro e de suor e sangue e algum sémen
a caminho do mundo que vos sonho.
Acreditai que nenhum mundo, que nada nem ninguém
vale mais que uma vida ou a alegria de tê-la.
É isto o que mais importa – essa alegria.
Acreditai que a dignidade em que hão-de falar-vos tanto
não é senão essa alegria que vem
de estar-se vivo e sabendo que nenhuma vez
alguém está menos vivo ou sofre ou morre
para que um só de vós resista um pouco mais
à morte que é de todos e virá.
Que tudo isto sabereis serenamente,
sem culpas a ninguém, sem terror, sem ambição,
e sobretudo sem desapego ou indiferença,
ardentemente espero. Tanto sangue,
tanta dor, tanta angústia, um dia
- mesmo que o tédio de um mundo feliz vos persiga –
não hão-de ser em vão. Confesso que
muitas vezes, pensando no horror e tantos séculos
de opressão e crueldade, hesito por momentos
e uma amargura me submerge inconsolável.
Serão ou não em vão? Mas, mesmo que o não sejam,
quem ressuscita esses milhões, quem restitui
não só a vida, mas tudo o que lhes foi tirado?
Nenhum Juízo Final, meus filhos, pode dar-lhes
aquele instante que não viveram, aquele objecto
que não fruíram, aquele gesto
de amor, que fariam «amanhã».
E, por isso, o mesmo mundo que criemos
nos cumpre tê-lo com cuidado, como coisa
que não é só nossa, que nos é cedida
para a guardarmos respeitosamente
em memória do sangue que nos corre nas veias,
da nossa carne que foi outra, do amor que
outros não amaram porque lho roubaram.
Obras de Jorge de Sena, Antologia Poética. Edições ASA,1999.
(Tenham paciência e leiam até ao fim, depois...o Fogo de Artifício. Feliz 2005!)
quarta-feira, dezembro 29
terça-feira, dezembro 28
segunda-feira, dezembro 27
CHÁ QUENTE #28
Muito se pode dizer acerca do Diabo:
ele não está morto, está vivo.
Como poderia ele ter sido abolido
por um Deus que está sempre ausente?
Gunnar Ekelöf
(De novo a preto e branco, mas é muito difícil não pensar de outra forma...)
ele não está morto, está vivo.
Como poderia ele ter sido abolido
por um Deus que está sempre ausente?
Gunnar Ekelöf
(De novo a preto e branco, mas é muito difícil não pensar de outra forma...)
quinta-feira, dezembro 23
PURO PRAZER #41
A paz sem vencedor e sem vencidos
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça.
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ler melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Dual, Sophia de Mello Breyner Andresen. Ed. Caminho, 2004.
(Porque é preciso celebrar a Paz, sempre, o Chá Verde faz Votos para que todos passem um Santo Natal)
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça.
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ler melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Dual, Sophia de Mello Breyner Andresen. Ed. Caminho, 2004.
(Porque é preciso celebrar a Paz, sempre, o Chá Verde faz Votos para que todos passem um Santo Natal)
CHÁ COM TORRADAS #18
Ó AMISM JÁ PERCEBESTE OU QUERES QUE TE FAÇAM UM ESQUEMA?
(Interrompi a série natalícia do Puro Prazer mas este assunto é igualmente importante)
(Interrompi a série natalícia do Puro Prazer mas este assunto é igualmente importante)
PURO PRAZER #40
Adicionei os meus dias e não te encontrei
nunca, em sítio nenhum, para me tomares a mão
no clamor dos abismos e na minha barafunda de estrelas!
Tomaram uns o Saber e outros o Poder
a escuridão rasgando as duras penas
e pequenas máscaras, de alegria e tristeza,
ajustando à face arruinada.
Eu é que não, não ajustei máscaras
deitei para trás de mim alegria e tristeza
pródigo deitei para trás de mim
o Poder e o Saber.
Adicionei os meus dias e fiquei sozinho.
Disseram uns: porquê? Este também há-de viver
na casa com vasos e branca noiva.
Cavalos de pêlo fulvo e negro acenderam-me
a obstinação por outas mais brancas Helenas!
Almejei outra mais secreta bravura
e aí onde me impediram, invisível, fui a galope
restituir as chuvas aos campos
e recuperar o sangue dos mortos insepultos!
Disseram outros: porquê? Este também há-de conhecer,
até ele, a vida nos olhos do outro.
Não vi olhos de outrem, não encontrei nada
senão lágrimas no vazio que abraçava
senão borrasca na serenidade que suportava.
Adicionei os meus dias e não te encontrei
e enverguei as armas e saí sozinho
para o clamor dos abismos e a minha barafunda de estrelas!
Louvada Seja, Odysséas Elytis. Assírio & Alvim, 2004.
(Porque é preciso celebrar a Justiça)
nunca, em sítio nenhum, para me tomares a mão
no clamor dos abismos e na minha barafunda de estrelas!
Tomaram uns o Saber e outros o Poder
a escuridão rasgando as duras penas
e pequenas máscaras, de alegria e tristeza,
ajustando à face arruinada.
Eu é que não, não ajustei máscaras
deitei para trás de mim alegria e tristeza
pródigo deitei para trás de mim
o Poder e o Saber.
Adicionei os meus dias e fiquei sozinho.
Disseram uns: porquê? Este também há-de viver
na casa com vasos e branca noiva.
Cavalos de pêlo fulvo e negro acenderam-me
a obstinação por outas mais brancas Helenas!
Almejei outra mais secreta bravura
e aí onde me impediram, invisível, fui a galope
restituir as chuvas aos campos
e recuperar o sangue dos mortos insepultos!
Disseram outros: porquê? Este também há-de conhecer,
até ele, a vida nos olhos do outro.
Não vi olhos de outrem, não encontrei nada
senão lágrimas no vazio que abraçava
senão borrasca na serenidade que suportava.
Adicionei os meus dias e não te encontrei
e enverguei as armas e saí sozinho
para o clamor dos abismos e a minha barafunda de estrelas!
Louvada Seja, Odysséas Elytis. Assírio & Alvim, 2004.
(Porque é preciso celebrar a Justiça)
quarta-feira, dezembro 22
PURO PRAZER #39
Canto Vigésimo Oitavo
Tenho a impressão que a avareza
não é um defeito que acontece na velhice
quando o tédio já invadiu o cérebro.
A mim salvou-me aos setenta anos
quando uma tarde comecei a apagar as luzes
e o meu irmão tropeçava por todo o lado.
Agora recolho os fósforos usados
(com algodão podem servir para limpar os ouvidos)
e de manhã à noite tenho muito que fazer:
quero que o meu irmão deite pouco açucar
no leite, e eu, guloso por mel,
lambo apenas uma colherzita ao domingo,
em pé, entre as duas portas do guarda-louça.
A toalha não é necessária, usámos um pedaço de papel
que depois serve também para acender o lume.
De noite se ninguém se levanta
basta uma candeia enquanto o outro permanece no escuro.
Assim passa uma hora, passam duas, passa um mês
e a cabeça trabalha.
O Mel, Tonino Guerra. Assírio & Alvim, 2003.
(Porque é preciso celebrar a Razão)
Tenho a impressão que a avareza
não é um defeito que acontece na velhice
quando o tédio já invadiu o cérebro.
A mim salvou-me aos setenta anos
quando uma tarde comecei a apagar as luzes
e o meu irmão tropeçava por todo o lado.
Agora recolho os fósforos usados
(com algodão podem servir para limpar os ouvidos)
e de manhã à noite tenho muito que fazer:
quero que o meu irmão deite pouco açucar
no leite, e eu, guloso por mel,
lambo apenas uma colherzita ao domingo,
em pé, entre as duas portas do guarda-louça.
A toalha não é necessária, usámos um pedaço de papel
que depois serve também para acender o lume.
De noite se ninguém se levanta
basta uma candeia enquanto o outro permanece no escuro.
Assim passa uma hora, passam duas, passa um mês
e a cabeça trabalha.
O Mel, Tonino Guerra. Assírio & Alvim, 2003.
(Porque é preciso celebrar a Razão)
terça-feira, dezembro 21
PURO PRAZER #38
I
No que estás a pensar
Eu penso no primeiro beijo que te darei
II
Beijos semelhantes às palavras de quem sonha
estais ao serviço das forças inventadas
III
Nas ruas de amores de passagem
As paredes terminam em noite de breu
Eu estou apaixonado
E são alvas as minhas cortinas
IV
Sem espalhafato e o mimo do seu ninho
Ela surge no hiato de um sorriso
V
No dia 21 do mês de Junho de 1906
Ao meio dia deste-me a vida
VI
Falei em facilidade e o que é fácil
É a fidelidade
VII
É preciso vê-la à torreira do sol
pejado de rochedos inacessíveis
É preciso vê-la em plena noite
É preciso vê-la quando está só
In Últimos Poemas de Amor, Paul Éluard. Relógio d'Água.2002
(Porque é preciso celebrar o Amor)
No que estás a pensar
Eu penso no primeiro beijo que te darei
II
Beijos semelhantes às palavras de quem sonha
estais ao serviço das forças inventadas
III
Nas ruas de amores de passagem
As paredes terminam em noite de breu
Eu estou apaixonado
E são alvas as minhas cortinas
IV
Sem espalhafato e o mimo do seu ninho
Ela surge no hiato de um sorriso
V
No dia 21 do mês de Junho de 1906
Ao meio dia deste-me a vida
VI
Falei em facilidade e o que é fácil
É a fidelidade
VII
É preciso vê-la à torreira do sol
pejado de rochedos inacessíveis
É preciso vê-la em plena noite
É preciso vê-la quando está só
In Últimos Poemas de Amor, Paul Éluard. Relógio d'Água.2002
(Porque é preciso celebrar o Amor)
sexta-feira, dezembro 17
PURO PRAZER #37
Maria João Seixas - Peço-te uma palavra de eleição.
Manuel Graça Dias - Cidade. Porque é um território de liberdade, de democracia, onde confrontamos as nossas diferenças com os outros, onde negociamos diariamente a dificuldade de vivermos juntos e há milhares de anos que o conseguimos fazer. Porque é um território da imprevisibilidade, porque somos muitos, porque estamos juntos, porque temos desejos diferentes. Porque é um território com uma história anterior a nós e que continuará depois de nós. Porque é um território constantemente incendiado de surpresas.
In Publica, 12 de Dezembro de 2004
(Bom fim-de-semana Blogosfera)
CHÁ COM TORRADAS #17
Ao anúncio da recandidatura do sr. Cruz à liderança do PSD/A, foi anexado, ontem pelo Canal 1, a unanimidade das estruturas de ilha, hoje pela RDP/A, um abaixo assinado de apoio dos autarcas sociais-democratas, com o alerta para a necessidade de limpeza das «sanguessugas» (sic) bem como da necessidade de colocar um ponto final na clivagem entre a «velha e a nova geração» (sic).
A peça fez, igualmente, referência ao facto de vários autarcas estarem de costas voltadas para as estruturas partidárias.
Perante este cenário, apresentam-se-me algumas considerações:
1- Não pode ter sido o sr. Cruz quem liderou o PSD/A nos últimos 4 anos, pois se tivesse sido como é que, enquando líder eleito quase por unanimidade, não resolveu a clivagem entre velha e nova geração e ainda criou a clivagem entre autarcas e estruturas de ilha?
2- Quererá isto dizer que as vitórias do sr. Cruz nas autárquicas de 2001 e nas legislativas de 2002 não se deveram, em primeira análise, ao sr. Cruz mas sim à força dos autarcas, em 2001, e à fuga do sr. Guterres, em 2002, contrariamente ao que tão afanosamente fez passar?
3- Significará que, por não ter resolvido esses problemas, não teve o devido apoio, nem nas europeias, nem nas regionais (não esqueço as palavras de dia 17 à noite que revelavam ter carregado com o partido sozinho durante 4 anos)?
4- Ora, se assim é, muito seguramente, o sr. Cruz, no ano de 2005, não conseguirá resolver todos os problemas que se agravaram no quadriénio 2000-2004. Está, pois, mais do que nunca, para poder ter a vitória autárquica em Outubro de 2005 que lhe permita chegar às eleições regionais de 2008, refém dos caciques locais do partido, além de estar perante uma contradição insanável, a de ter de fazer a limpeza nas estruturas de ilha, que ele próprio incentivou e alimentou nestes últimos 4 anos, e que lhe prestaram unânime vassalagem.
5- Pior de tudo isso é que o sr. Cruz tem a consciência de que os mesmos que o apoiaram por unanimidade hoje o farão amanhã à sra. Cabral ou ao sr. Freitas, pois é assim a cultura do PSD/A, uma cultura de poder, dê por onde der!
6- Prevejo que em Outubro de 2005 voltemos a este tema...
A peça fez, igualmente, referência ao facto de vários autarcas estarem de costas voltadas para as estruturas partidárias.
Perante este cenário, apresentam-se-me algumas considerações:
1- Não pode ter sido o sr. Cruz quem liderou o PSD/A nos últimos 4 anos, pois se tivesse sido como é que, enquando líder eleito quase por unanimidade, não resolveu a clivagem entre velha e nova geração e ainda criou a clivagem entre autarcas e estruturas de ilha?
2- Quererá isto dizer que as vitórias do sr. Cruz nas autárquicas de 2001 e nas legislativas de 2002 não se deveram, em primeira análise, ao sr. Cruz mas sim à força dos autarcas, em 2001, e à fuga do sr. Guterres, em 2002, contrariamente ao que tão afanosamente fez passar?
3- Significará que, por não ter resolvido esses problemas, não teve o devido apoio, nem nas europeias, nem nas regionais (não esqueço as palavras de dia 17 à noite que revelavam ter carregado com o partido sozinho durante 4 anos)?
4- Ora, se assim é, muito seguramente, o sr. Cruz, no ano de 2005, não conseguirá resolver todos os problemas que se agravaram no quadriénio 2000-2004. Está, pois, mais do que nunca, para poder ter a vitória autárquica em Outubro de 2005 que lhe permita chegar às eleições regionais de 2008, refém dos caciques locais do partido, além de estar perante uma contradição insanável, a de ter de fazer a limpeza nas estruturas de ilha, que ele próprio incentivou e alimentou nestes últimos 4 anos, e que lhe prestaram unânime vassalagem.
5- Pior de tudo isso é que o sr. Cruz tem a consciência de que os mesmos que o apoiaram por unanimidade hoje o farão amanhã à sra. Cabral ou ao sr. Freitas, pois é assim a cultura do PSD/A, uma cultura de poder, dê por onde der!
6- Prevejo que em Outubro de 2005 voltemos a este tema...
quinta-feira, dezembro 16
CHÁ COM TORRADAS #16
17 de Outubro de 2004
(...)
(...)
(...)
17 de Dezembro de 2004
(Buster Keaton, minhas Senhoras e meus Senhores, com a devida vénia à Montanha, sempre Mágica)
quarta-feira, dezembro 15
CHÁ DAS CINCO #11
Choque de Gerações
(o prometido é devido aqui vai no meio de uma febril e arreliadora gripe)
A ideia, mais do que o título, pareceu-me interessante. Ao chamar a terreiro a nova geração açoriana para «botar palavra», adivinhavam-se novas ideias, em novas cabeças, e a lufada de ar fresco que nos trariam as novas caras.
Eis senão que:
Do ponto de vista da substância, e do que era a minha expectativa, têm falado muito pouco dos Açores ou da dimensão que alguns dos problemas abordados têm na Região. É verdade que podemos ser acusados de «umbiguismo» mas não será também verdade que uma das grandes lacunas da nossa sociedade civil é que não nos pensamos ou discutimos? E não se deveria argumentar que já existem outros espaços na rtp-a para o fazerem, bem sabemos que os há , mas são pobres e com os do costume, e a mais valia do CG é precisamente não ser feito com os do costume. Cosmopolitismo não será falar dos Açores sem complexos nem engagements?
A abordagem, num só programa, de assuntos nacionais, internacionais e regionais, parece-me um passo maior do que as pernas, talvez influenciado pela formação jornalística do sr. Neto. Como tal, fala-se muito mas diz-se pouco e sempre a correr.
Por outro lado trazer ao programa, além do painel residente que vai rodando (uma ideia feliz) pessoas que se me afiguram de valor e não fazê-las falar ou debater as perspectivas que as suas actividades terão na Região é também fugir ao essencial, já lá estiveram, que me lembre, arquitectos, juízes, poetisas, jornalistas, desportistas, fotógrafos, enfim uma miríade que «apenas» serviu (não por desprimor dos convidados) para dar um ar...envernizadamente cosmopolita. Não seria melhor para o programa chamar essa personagem à mesa, trazendo ela temas para debate, a área que domina com uma ligação à região e procurando lançar ideias e o seu ódio de estimação? E depois fazer uma segunda parte onde poderia ser abordado um tema da actualidade fosse nacional, regional ou internacional?
A ideia do ódio de estimação é inovadora mas apresenta-se desgarrada do programa. Surge interrompendo raciocínios e debates funcionando apenas como separador e não reintroduzindo discussão. A ideia de o limitar a ódios de uma só pessoa parece-me «pior emenda que o soneto».
Por outro lado, o programa perde bastante pelos seus problemas formais, melhorados com a saída do espaço do restaurante. O facto de apresentar um figura fora do circulo central de debate, que repetidas vezes é chamada à imagem enquanto os restantes discorrem e debatem prejudica a ligação com o espectador. E ajuda à ideia de que não há complementaridade entre as duas vertentes do programa. Aliás serve também para interromper o programa para as apresentações e conversa de circunstância, muitas vezes afastada do que até então se disse. Propugna-se que esse convidado seja integrado na mesa.
Finalmente, as três áreas de discussão obrigam a uma grande dispersão e normalmente o fio condutor é cortado, ou pelo próprio sr. Neto, na ânsia que seguir as suas notas ou introduzir novos dados, ou pelo formato do programa com a apresentação do convidado ou do ódio de estimação.
Não posso dizer que não gosto do projecto, acho que poderia ser melhorado até porque aquela coisa do cosmopolitismo a tanto obriga. Mas quem sou eu…se gostam assim pois continuem, no fundo continuarei a vê-lo, mais ou menos, atentamente, nem que seja para depois poder comentar no Foguetabraze.
Isto ficou grande…tenham paciência!
(o prometido é devido aqui vai no meio de uma febril e arreliadora gripe)
A ideia, mais do que o título, pareceu-me interessante. Ao chamar a terreiro a nova geração açoriana para «botar palavra», adivinhavam-se novas ideias, em novas cabeças, e a lufada de ar fresco que nos trariam as novas caras.
Eis senão que:
Do ponto de vista da substância, e do que era a minha expectativa, têm falado muito pouco dos Açores ou da dimensão que alguns dos problemas abordados têm na Região. É verdade que podemos ser acusados de «umbiguismo» mas não será também verdade que uma das grandes lacunas da nossa sociedade civil é que não nos pensamos ou discutimos? E não se deveria argumentar que já existem outros espaços na rtp-a para o fazerem, bem sabemos que os há , mas são pobres e com os do costume, e a mais valia do CG é precisamente não ser feito com os do costume. Cosmopolitismo não será falar dos Açores sem complexos nem engagements?
A abordagem, num só programa, de assuntos nacionais, internacionais e regionais, parece-me um passo maior do que as pernas, talvez influenciado pela formação jornalística do sr. Neto. Como tal, fala-se muito mas diz-se pouco e sempre a correr.
Por outro lado trazer ao programa, além do painel residente que vai rodando (uma ideia feliz) pessoas que se me afiguram de valor e não fazê-las falar ou debater as perspectivas que as suas actividades terão na Região é também fugir ao essencial, já lá estiveram, que me lembre, arquitectos, juízes, poetisas, jornalistas, desportistas, fotógrafos, enfim uma miríade que «apenas» serviu (não por desprimor dos convidados) para dar um ar...envernizadamente cosmopolita. Não seria melhor para o programa chamar essa personagem à mesa, trazendo ela temas para debate, a área que domina com uma ligação à região e procurando lançar ideias e o seu ódio de estimação? E depois fazer uma segunda parte onde poderia ser abordado um tema da actualidade fosse nacional, regional ou internacional?
A ideia do ódio de estimação é inovadora mas apresenta-se desgarrada do programa. Surge interrompendo raciocínios e debates funcionando apenas como separador e não reintroduzindo discussão. A ideia de o limitar a ódios de uma só pessoa parece-me «pior emenda que o soneto».
Por outro lado, o programa perde bastante pelos seus problemas formais, melhorados com a saída do espaço do restaurante. O facto de apresentar um figura fora do circulo central de debate, que repetidas vezes é chamada à imagem enquanto os restantes discorrem e debatem prejudica a ligação com o espectador. E ajuda à ideia de que não há complementaridade entre as duas vertentes do programa. Aliás serve também para interromper o programa para as apresentações e conversa de circunstância, muitas vezes afastada do que até então se disse. Propugna-se que esse convidado seja integrado na mesa.
Finalmente, as três áreas de discussão obrigam a uma grande dispersão e normalmente o fio condutor é cortado, ou pelo próprio sr. Neto, na ânsia que seguir as suas notas ou introduzir novos dados, ou pelo formato do programa com a apresentação do convidado ou do ódio de estimação.
Não posso dizer que não gosto do projecto, acho que poderia ser melhorado até porque aquela coisa do cosmopolitismo a tanto obriga. Mas quem sou eu…se gostam assim pois continuem, no fundo continuarei a vê-lo, mais ou menos, atentamente, nem que seja para depois poder comentar no Foguetabraze.
Isto ficou grande…tenham paciência!
terça-feira, dezembro 14
É d'HOMEM #15
Durão Barroso critica actuação dos anteriores executivos comunitários: "a trajectória europeia foi por vezes desviada por acontecimentos internacionais exógenos" e as prioridades "alteraram-se demasiado" de acordo com os calendários políticos dos diferentes presidentes.
(Olha que é preciso ter lata! Continua assim e vais ver que não é só em Portugal que há bombas atómicas)
(Olha que é preciso ter lata! Continua assim e vais ver que não é só em Portugal que há bombas atómicas)
CHÁ COM TORRADAS #15
Gato Branco, M.C.Esher
"O BICHANO REACCIONÁRIO
O grande gato não partiu para a grande guerra. Quedou-se em casa. Aceitou de mau grado o racionamento do leite, a inferior qualidade do pão que passou a entrar na confecção das sopinhas de leite, a escassez do carapau, as hipérboles dos títulos dos jornais; aceitou, até (ele que há muito deixara de ser um caçador!), a magreza dos ratos. Conformou-se, foi-se conformando com a crescente dureza óssea do regaço da dona. Mas, sob as águas estagnadas do dia-a-dia, quem estaria a torpedear-lhe a barquinha da vida?(...)"
In, Uma coisa em forma de assim, Alexandre O’Neill. Assírio & Alvim, 2004.
segunda-feira, dezembro 13
CHÁ DAS CINCO #10
E nós por cá na maior ...
Sei que este assunto é um ninho de vespas mas não me vou calar:
Sempre fui um grande defensor dos bailes do Coliseu e sou um acérrimo defensor das tradições da nossa Região. Mas a defesa da tradição tem limites, e no caso do reatamento dos bailes de carnaval no Coliseu tem o limite do interesse público. A verdade é que não posso conceber que tendo sido investidos 6 milhões de euros naquele espaço privilegiado para espectáculos de qualidade nacional e internacional (como tão pomposamente anunciam já para 2005), se vá agora sujeitar um bem comum (da ilha inteira e mais quem vier) à erosão, desgaste e exposição de fumos, bebidas, líquidos inunciáveis, comida (mantêm-se as cestas?) e sabe-se lá mais o quê durante 3 dias, com possíveis danos irreparáveis a curto e médio prazo...desculpem lá mas, neste momento só consigo dizer: Ao diabo com os bailes do Coliseu!
CHÁ COM TORRADAS #14
A classe política portuguesa reflecte a atitude de cidadania do português médio (o verdadeiro sr. Silva) que perante os concretos problemas da sociedade, ou questões como a levantada pelo sr. Silva (Cavaco), invariavelmente, responde: “merecemos políticos melhores…”
In A Lei do sr. Silva, para degustar por completo n' O Bule do Chá
(O Bule do Chá foi a fórmula que o Chá Verde encontrou para contornar a estúpida medida do DI, tal como o AO, em promover a edição online do jornal só para assinantes)
In A Lei do sr. Silva, para degustar por completo n' O Bule do Chá
(O Bule do Chá foi a fórmula que o Chá Verde encontrou para contornar a estúpida medida do DI, tal como o AO, em promover a edição online do jornal só para assinantes)
sexta-feira, dezembro 10
PURO PRAZER #35
Gerâneos, Carlos Reis
Educação sentimental
Para quem faz do sonho a vida, e da cultura em estufa das suas sensações uma religião e política, para esse, o primeiro passo, o que acusa na alma que ele deu o primeiro passo, é o sentir as coisas mínimas extraordinária e desmedidamente. Este é o primeiro passo, e o passo simplesmente primeiro não é mais do que isto. Saber pôr no saborear duma chávena de chá a volúpia extrema que o homem normal só pode encontrar nas grandes alegrias que vêm da ambição subitamente satisfeita toda ou das saudades de repente desaparecidas, ou então nos actos finais e carnais do amor; poder encontrar na visão dum poente ou na contemplação dum detalhe decorativo aquela exasperação de senti-los que geralmente só pode dar, não o que se vê ou o que se ouve, mas o que se cheira ou se gosta – essa proximidade do objecto da sensação que só as sensações carnais – o tacto, o gosto, o olfacto – esculpem de encontro à consciência; poder tornar a visão interior, o ouvido do sonho – todos os sentidos supostos e do suposto – recebedores e tangíveis como sentidos virados para o externo (…)”
Bernardo Soares, in Livro do Desassossego
(Bom fim-de-semana Blogosfera)
CHÁ COM TORRADAS #13
"Os jovens que passam longos períodos com um computador portátil em cima dos joelhos arriscam-se a perder fertilidade."
(Epá isso não se faz pá, logo agora pá, com a Região Digital e aquela cena da Declaração de Lisboa, grande injustiça pá e o toshiba que me deixa as "partes" quentinhas e o blogue e os chats coisa e tal, e os blind dates e essas cenas manhosas pá...que coisa pá, a x69, a gatassanhada e a bocadoce não se queixaram pá, isso cheira-me a lobby das casas de alterne...Eu cá sou muito macho, qual alexandre frota qual carapuça! Assinado: Zésemprempé!)
(Epá isso não se faz pá, logo agora pá, com a Região Digital e aquela cena da Declaração de Lisboa, grande injustiça pá e o toshiba que me deixa as "partes" quentinhas e o blogue e os chats coisa e tal, e os blind dates e essas cenas manhosas pá...que coisa pá, a x69, a gatassanhada e a bocadoce não se queixaram pá, isso cheira-me a lobby das casas de alterne...Eu cá sou muito macho, qual alexandre frota qual carapuça! Assinado: Zésemprempé!)
quinta-feira, dezembro 9
CHÁ QUENTE #27
"UM PÉ NA MARGEM DIREITA, OUTRO NA MARGEM ESQUERDA E O TERCEIRO NO RABO DOS IMBECIS"
J. PRÉVERT
J. PRÉVERT
PURO PRAZER #34
Hélio Rola
Por falar em Anjos:
"Carta de Satã
Isto aqui é um lugar estranho, extraordinário e interessante. Não há nada de semelhante aí pelos nossos sítios. Todas as pessoas são loucas, a Terra é louca, a própria Natureza é louca. O Homem é uma maravilhosa curiosidade. Quando está no seu melhor é uma espécie de anjo passado por um banho de níquel; no seu pior é indescritível, inimaginável; é, de ponta a ponta, um sarcasmo. E no entanto chama-se a si próprio, com brandura e sinceridade, «a mais nobre das obras Divinas» ( )"
Cartas da Terra, Mark Twain. Ed. Mareantes, 2004.
terça-feira, dezembro 7
PURO PRAZER #33
O ICEBERG
1) Carta a uma estudante de literatura que me pede dados biográficos:
Pensando bem não tenho biografia. Melhor, todo o escritor português marginalizado sofre biograficamente do que posso denominar complexo do iceberg: um terço visível, dois terços debaixo de água. A parte submersa pelas circunstâncias que nos impediram de exprimir o que pensamos, de participar na vida pública, é um peso (quase morto) que dia a dia nos puxa para o fundo. Entretanto a linha de flutuação vai subindo e a parte que se vê diminui proporcionalmente (...)"
In, O Aprendiz de Feiticeiro, Carlos Oliveira. Ed. Assírio & Alvim, 2004.
(Bom Feriado Blogosfera)
1) Carta a uma estudante de literatura que me pede dados biográficos:
Pensando bem não tenho biografia. Melhor, todo o escritor português marginalizado sofre biograficamente do que posso denominar complexo do iceberg: um terço visível, dois terços debaixo de água. A parte submersa pelas circunstâncias que nos impediram de exprimir o que pensamos, de participar na vida pública, é um peso (quase morto) que dia a dia nos puxa para o fundo. Entretanto a linha de flutuação vai subindo e a parte que se vê diminui proporcionalmente (...)"
In, O Aprendiz de Feiticeiro, Carlos Oliveira. Ed. Assírio & Alvim, 2004.
(Bom Feriado Blogosfera)
sexta-feira, dezembro 3
PURO PRAZER #32
Projet de décor pour la revue-opérette Oh! Ys!, Maurice Marchand
O Homem e o Mar
Homem livre, tu sempre adorarás o mar!
O mar é o teu espelho; a tua alma contemplas
Na sua ondulação, no infinito vaivém,
E o teu espírito é o fosso não menos amargo.
Gostas de mergulhar na tua própria imagem
Chegas mesmo a beijá-la, e o teu coração
Distrai-se algumas vezes do seu próprio som
Com o rumor dessa queixa indomável, selvagem.
Sois ambos, afinal, discretos, tenebrosos:
Homem, ninguém sondou os teus fundos abismos;
Ó mar, ninguém conhece os teus tesouros íntimos,
Tanto que sois dos vossos segredos ciosos!
E, porém, desde sempre, há séculos inumeráveis
Que os dois vos combateis sem piedade ou remorso.
De tal modo gostais da carnagem, da morte,
Ó lutadores eternos, irmãos implacáveis!
In, As flores do mal, Baudelaire
(Assinem e passem a palavra, já faltava alguma cor a este blog, bom fim-de-semana Blogosfera)
CHÁ QUENTE #26
"AO QUE VIMOS E PORQUE VIMOS
PELO GOSTO DE ESTAR.
PELO DESEJO DE PARTICIPAR.
PELA HUMANA TENTAÇÃO DE EXPERIMENTAR.
PELA FELINA CURIOSIDADE DE ARRISCAR.
PELO INCONTIDO IMPULSO DE SUPERAR LIMITES PRÓPRIOS E EXPECTATIVAS ALHEIAS.
PARA ESTAR COM O FUTURO SEM RENEGAR OU ESCONDER O PASSADO.
PELAS MESMAS ORIGINAIS RAZÕES QUE LEVARAM O BÍBLICO ADÃO A ARRISCAR O PARAÍSO E O HOMÉRICO ULISSES A ENFADAR-SE DA ILHA DE CALIPSO."
(O Vent(ilha)dor de DSousa na Blogosfera desde 27 de Novembro, para gáudio de muitos e terror de alguns)
PELO GOSTO DE ESTAR.
PELO DESEJO DE PARTICIPAR.
PELA HUMANA TENTAÇÃO DE EXPERIMENTAR.
PELA FELINA CURIOSIDADE DE ARRISCAR.
PELO INCONTIDO IMPULSO DE SUPERAR LIMITES PRÓPRIOS E EXPECTATIVAS ALHEIAS.
PARA ESTAR COM O FUTURO SEM RENEGAR OU ESCONDER O PASSADO.
PELAS MESMAS ORIGINAIS RAZÕES QUE LEVARAM O BÍBLICO ADÃO A ARRISCAR O PARAÍSO E O HOMÉRICO ULISSES A ENFADAR-SE DA ILHA DE CALIPSO."
(O Vent(ilha)dor de DSousa na Blogosfera desde 27 de Novembro, para gáudio de muitos e terror de alguns)
CHÁ COM TORRADAS #12
Temos novo D.Sebastião e, entretanto, o Processo Colectivo de Intoxicação Voluntária continua, é caso para dizer como o outro:
QUERO LÁ SABER!!!
QUERO LÁ SABER!!!
quinta-feira, dezembro 2
CHÁ DAS CINCO #9
Não deixa de ser com uma certa esperança que leio estas coisas:
"Vimos pois com uma obrigação e a consciência de uma vantagem: a obrigação de estudar se as características dos nossos fluidos geotérmicos permitem igualmente outras utilizações para além das nossas actuais e a vantagem de poder contar com a experiência islandesa e assim não repetir os mesmos erros que reconheceram também ter cometido. As portas ficaram abertas para a cooperação, garantiram-nos."
Francisco Botelho
"Projectos bilaterais já se firmaram nas pescas e, em breve, chegará também a vez da agropecuária (...)Carlos César reiterou também a sua vontade de desenvolver o intercâmbio, de lá para cá e vice-versa, de jovens interessados numa experiência de trabalho e estudo, contornando, assim, toda a burocracia de entradas no país. Isso é importante para nós, também para facilitar a cooperação de investigação científica porque os jovens podem mais facilmente vir a Portugal. O protocolo está a ser elaborado e precisamos de um apoio para assegurar que este acordo está assinado antes do Verão."
Patrick Parisot (Embaixador do Canadá em Portugal)
"Vimos pois com uma obrigação e a consciência de uma vantagem: a obrigação de estudar se as características dos nossos fluidos geotérmicos permitem igualmente outras utilizações para além das nossas actuais e a vantagem de poder contar com a experiência islandesa e assim não repetir os mesmos erros que reconheceram também ter cometido. As portas ficaram abertas para a cooperação, garantiram-nos."
Francisco Botelho
"Projectos bilaterais já se firmaram nas pescas e, em breve, chegará também a vez da agropecuária (...)Carlos César reiterou também a sua vontade de desenvolver o intercâmbio, de lá para cá e vice-versa, de jovens interessados numa experiência de trabalho e estudo, contornando, assim, toda a burocracia de entradas no país. Isso é importante para nós, também para facilitar a cooperação de investigação científica porque os jovens podem mais facilmente vir a Portugal. O protocolo está a ser elaborado e precisamos de um apoio para assegurar que este acordo está assinado antes do Verão."
Patrick Parisot (Embaixador do Canadá em Portugal)
CHÁ COM TORRADAS #11
Perante a decisão do sr. Sampaio não me vou arvorar em comentador, já dei muito para esse peditório, quero apenas perspectivar umas questões que me assaltaram durante o feriado, na certeza de que nem o João Nuno nem o Pedro Gomes, as colocarão, apesar de sobre elas, certamente, já terem meditado, a saber:
1- Qual será a posição do PSD/Açores quanto à indigitação do sr. Lopes para candidato a PM, quando foi voz oficial que a principal razão para a derrota de dia 17 Out foi o mau momento do Governo da República?
2- A posição oficial do PSD/Açores é a posição do seu líder demissionário sr. Cruz e vice-presidente do partido?
3- Qual a legitimidade de uma direcção demissionária para delinear a estratégia e a lista de candidatos às legislativas?
4- Qual a prioridade na lista de candidatos dos srs. Cruz, Amaral e Neves?
5- Não deverá o PSD/Açores antes de responder a qualquer destas questões clarificar a sua situação com um congresso extraordinário ainda antes de Janeiro?
Desculpem lá qualquer coisinha mas «perguntar não ofende» eheh
Aguardo contestação, se tiverem paciência, para réplica ...
1- Qual será a posição do PSD/Açores quanto à indigitação do sr. Lopes para candidato a PM, quando foi voz oficial que a principal razão para a derrota de dia 17 Out foi o mau momento do Governo da República?
2- A posição oficial do PSD/Açores é a posição do seu líder demissionário sr. Cruz e vice-presidente do partido?
3- Qual a legitimidade de uma direcção demissionária para delinear a estratégia e a lista de candidatos às legislativas?
4- Qual a prioridade na lista de candidatos dos srs. Cruz, Amaral e Neves?
5- Não deverá o PSD/Açores antes de responder a qualquer destas questões clarificar a sua situação com um congresso extraordinário ainda antes de Janeiro?
Desculpem lá qualquer coisinha mas «perguntar não ofende» eheh
Aguardo contestação, se tiverem paciência, para réplica ...
Subscrever:
Mensagens (Atom)