quarta-feira, maio 2

CHÁ QUENTE #293

Começou às 19h e terminou às 21h40. Foram 2H40m. Uma eternidade televisiva. Um "debate", raramente, que rapidamente se tornou um show em que os jornalistas presentes eram meros pontos que lembravam os temas. Devo confessar que parti para esta empreitada com o preconceito de quem previa um Sarkosy enérgito e uma Mdme Royal em dificuldades. O rolo compressor da direita contra a esquerda de plástico. Surprise. Sarkosy é de direita porque diz que é de direita ou porque diz que "o que promete faz"? Ou apenas procurou não se expor demasiado para não espantar o eleitorado do centro? Ségolène não é só glamour. Fora algumas verdades feitas da "esquerda moderna" Mdme Royal mostrou um projecto, mas, fundamentalmente, a maioria das vezes, mostrou a segurança das ideias. É difícil resistir-lhe. Ganhou Royal porque ganhou a credibilidade que muitos lhe regateavam. Talvez mobilize alguns indecisos mas, possivelmente, pelo experiente tacticismo da postura defensiva de Sarkosy, não será suficiente para diminuir a diferença de 4% a 7% que, ainda, os separa a 4 dias da eleição. Finalmente, para quem tanto gosta de mal-dizer os debates nacionais ficou a prova de que não é só em Portugal que as questões internacionais e da globalização são tratadas superficialmente (tivemos uns 5m de Europa e Sarkosy é terminantemente contra a adesão da Turquia porque ... não é da Europa!?!), ainda que tal, num país com a importância da França, talvez, seja bem mais grave.
Para quem tenha preferido ver o Milão-Manchester (3.0 e Káká é que é o melhor do mundo) a sic-notícias transmite o debate às 23h (açores).

P.S. Sarkosy defende um mini tratado europeu para a reforma das instituições. A seu lado diz ter Blair, Zapatero e ... Merkel. Esta foi a verdadeira novidade do debate...

6 comentários:

Caiê disse...

Um filhote de húngaros que diz que a França deve fechar as portas a imigrantes... Está muita coisa dita sobre o senhor que, aliás, é extraordinariamente hiper-nervoso e a quem lhe lembram sempre, com uma cotoveladazinha de praxe "sorria para a câmara, olhe o fotógrafo!". Il fait de la pitié, pela falta de confiança em si, o m. sarkosy.

E o sr Marinho pensava que a mde royale era só glamour? tsc,tsc. Claro, e se fosse homem? Era só músculos? Ai, o pré-conceito. O mais difícil de mudar é a mentalidade da minha rua.

gm disse...

faça o favor de ler com atenção, o preconceito não estava no género mas na mensagem, é melhor guardar essa história do preconceito para a sua rua. Se tiver dúvidas vá aos arquivos ...

Andre Bradford disse...

Gostei particularmente da parte em que Sarkozy narrava conversas particulares - e, como tal, impossíveis de confirmar - com Zapatero e Blair, para tentar deixar mal Madame Royal. O homem é bem mais fraco do que o pintam.

gm disse...

para mim o grau zero foram as constantes invocações do pensamento de françois hollande. Baixo, muito baixo ...

Caiê disse...

...Realmente, nestas coisas de blogs, como dizia o outro, "tudo é ressentimento". ;)
Quem é que tem tempo de andar a vasculhar arquivos (meus, seus, ou seja de que blog for)?
Dúvidas de quê, por d-us?
E até parece que andamos aqui a atacar ou a elogiar o próximo... pois se nem nos conhecemos! Isto é um blog, não é nada que mude o mundo. Convem que se perceba.
... E não moro numa rua, moro num largo. Felizmente, largueza de horizontes. :)
Cumprimentos.

Anónimo disse...

o que seria baixo, se não fosse antes patético, é a royal pretender "estimular o debate" com uma conversa com o derrotado da primeira volta



rasputine