Os covardes morrem muitas vezes antes de morrer. O homem de valor só morre uma vez. De tudo quanto eu tenho ouvido falar de mais espantoso, o que me parece extraordinário é que os homens temam a morte, sabendo que ela é um fim necessário e que virá quando deva vir. (Entra o Servo) Que disseram os áugures?
In Júlio César. Shakespeare. Ed. Lello & Irmão, 1988.
In Júlio César. Shakespeare. Ed. Lello & Irmão, 1988.
3 comentários:
Caro Guilherme
Existe de tudo um pouco.
Existem aqueles que se prendem a passados gloriosos e auguram futuros negros que rapidamente o deixariam de ser se esse futuro passasse por eles.
Existem os outros para quem tudo o que está para trás lá ficou e só há que pensar no futuro e que, mais uma vez, o futuro passará por eles.
O que não existe, são muitos daqueles que, olhando para o passado, conseguem projectar futuro sem que, no entanto, tenham que fazer parte dele.
E depois de César? Depois de César virá outro César preparado por aquele.
E que face terá? Nenhum Oráculo arriscaria tal previsão. A experiência mostra-nos que qualquer previsão durante a vida de César normalmente sai frustrada.
Um abraço.
Paulo Ribeiro gostei muito do seu comentário, está repleto de sabedoria.
Relativamente ao comum dos mortais, neste caso eu, tento, teoricamente, viver sob o lema de que ela, a morte, é um fim necessário e que ninguém é insubstituível, até porque, em princípio, e segundo a minha fé, esta é uma passagem para a casa do Pai. Contudo, tendo já experienciado a morte de entes queridos e amigos, ao nível dos afectos, essas pessoas não são, de todo, substituíveis.
Bem sei que o post não vai neste sentido, é, contudo, outra abordagem.
O que eu temo são aqueles momentos terríveis que antecedem a morte. A horrorosa passagem que já vi em muita gente.
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