Francisco Botelho
O Touro
O mais antigo touro cruzou o dia.
As suas patas escavavam o Planeta.
Seguiu, seguiu até onde vive o mar.
Chegou à margem o mais antigo touro.
À margem do tempo, do oceano.
Cerrou os olhos, cobriu-os de erva.
Respirou toda a distância verde
e o resto construiu-o o silêncio.
Pablo Neruda, in Animal Animal, um bestiário poético.Ed. Assírio & Alvim, 2005.
(...apesar da blogolândia insular ter ficado imensamente mais pobre, um bom fim-de-semana a todos com El Jardin del Amor, cantado por Ada Falcón)
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