domingo, maio 29

CHÁ QUENTE #68 (Act.)


Saturno devorando o filho, Goya

NON...a rejeição massiva do Tratado Constitucional pelos franceses (com apenas 30% de abstenção) faz reforçar a ideia de que não se trata apenas de um problema da política francesa. Quarta-feira há mais!

Até lá convém não esquecer que:
"Construir a Europa por irresistível pressão das forças económicas e uma lógica que é hoje planetária, como sonâmbulos, não é projecto que entusiasme ninguém. Uma utopia europeia assumida só é digna de ser vivida como vitória da Europa sobre a Europa, da ficção de si mesma que, consciente ou inconscientemente, tem condicionado o seu destino, contra a sua realidade. Em suma, do triunfo da sua sublime não-identidade sobre os fantasmas da sua alucinada identidade."

Eduardo Lourenço, A Europa Desencantada - Para uma mitologia europeia. Ed. Gradiva 2001.

7 comentários:

Anónimo disse...

"Le rejet du traité signifie le rejet du pouvoir"... Para pensar...

vermelhofaial disse...

Foi agora em França, será na próxima
4ª.feira na Holanda em que se prevê identico resultado e lá para o Outono
talvez também venha a ser este em Portugal.

Anónimo disse...

"do triunfo da sua sublime não-identidade sobre os fantasmas da sua alucinada identidade"

Isto fez-me lembrar a minha mãe. Quando as "amigas" se lhe queixavam dos seus maridos, dando como contraponto positivo o meu pai, a minha mãe costumava aconselhar-lhes:
- Querida, casa com o homem que tens e divorcia-te do homem que não tens!

TóZé

gm disse...

Boa Tozé!
Está lançado mote para a campanha do Não nos Açores eheh

JNAS disse...

...
...à partida este Referendo mais parecia um Plebiscito ao Sim...numa lógica de que o voto no Sim era a favor da Europa e o Voto no Não o acender do rastilho para a implosão do projecto Europeu...estranha forma de democracia esta !!!
...

gm disse...

Concordo João Nuno,
penso que esse maniqueísmo teve um efeito reverso potenciando o Não.
Curioso é observar que a maioria dos líderes que ratificaram o tratado estavam e estão com graves problemas de legitimidade interna, o que a meu ver inquinou irremediavelmente todo o processo de ratificação.
Foi uma fuga clássica mas a pateata pode ser ensurdecedora...

Anónimo disse...

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