USA2008, 
faltam 38 dias para o 4 de Novembro  
 A última tentativa de actualização que, aqui, fiz foi, precisamente, antes das convenções do Partido Democrata e Republicano. Seguiu-se um mês a ver levantar poeira. Na verdade, ao efeito da aclamação de Barack Obama seguiu-se o efeito Palin na apresentação do duo Republicano à Casa Branca. E que efeito! Deslocando o debate para os temas tradicionalmente favoráveis aos Republicanos (religião, família e defesa) Sarah Palin, mesmo acusada de inexperiência e de ter "esqueletos no armário", fez tremer, bem fundo, o lado democrata, chegando a dar, a MacCain, vantagens eleitorais de mais de 5%, em sondagens nacionais, em relação a Obama.
 
 Eis senão quando, entra outra senhora em campo: 
Wall Street. Uma 
segunda-feira negra (o passado dia 15) pode ter sido decisiva para as eleições presidenciais americanas. Os USA confrontaram-se com a realidade: uma profunda crise financeira que ameaça a vida de milhões de famílias que, ao que parece, já terão encontrado um culpado - Bush e a administração republicana.
 
 Mas os republicanos também têm argumentos. Ontem, o Presidente Bush 
apresentou-se ao país procurando 
dramatizar a aprovação no Congresso do seu 
plano de 700 biliões de dólares, para viabilizar a economia americana. Obama e MacCain foram, hoje, 
chamados à Casa Branca sob uma mensagem de que "
deve haver união nas situações dificeis para o país" (onde é que já ouvimos isto?). A maioria democrata no Congresso terá, agora, de se redobrar em cuidados para justificar uma eventual não aprovação do documento. Por seu lado, MacCain, vítima colateral de algo que 
não domina, nem controla, tenta capitalizar 
alguma folga, após uma semana de quedas acentuadas, 
suspende a campanha, porque "
a situação é muito grave", e apela a Barack Obama para que faça o mesmo, até a questão estar resolvida, adiando o debate de amanhã à noite. Obama 
respondeu que, pelo contrário, "
a crise actual ainda torna mais premente a realização dos debates". Ora, é, precisamente, por considerar que os debates presidenciais poderão ser uma condição decisiva na escolha final dos americanos, que, hoje, tento fazer mais uma actualização, utilizando os gráficos da 
Pollster e as indicações dos trends de referência. 

Perante a crise financeira, todas as sondagens sofreram viragens dramáticas em favor de Barack Obama, mesmo antes de este ter esboçado soluções concretas. A mensagem 
CHANGE parece ter voltado a ter razão de ser? Segundo a 
National Trend da Pollster, o Senador Democrata volta a liderar com 47,8% contra 44,3% do Republicano. Igualmente, para a 
CNN Poll of Polls, Obama estará com 49% das intenções de voto contra 44% de MacCain. Já para a 
Real Clear Politics, o trend nacional é de 47,9% para Obama contra 44,4% de MacCain. Mas isso são números que pouco podem contar. Vamos ao colégio eleitoral, onde começa a haver alguma confluência nos principais trends de análise. Há uma mês, a 
CNN, apresentava uma vantagem de Obama de 221 para 189 de MacCain, com 11 Estados em dúvida. Hoje, o 
mapa eleitoral da CNN apresenta uma vantagem de 223 para Obama contra 200 de MacCain, com 9 Estados em dúvida. Sairam o 
Novo Mexico e o 
Iowa (para Obama) e o 
Missouri (para MacCain). 
Nevada, 47,2% (MacCain)/45,7% (Obama)
 
 
Colorado, 49,3% (Obama)/45,3% (MacCain)
 Wisconsin
 Wisconsin, 48,2% (Obama)/43,9% (MacCain)
 Minnesota
 Minnesota, 48,2% (Obama)/45% (MacCain)
 Ohio
 Ohio, 47,6% (MacCain)/44,7% (Obama)
 Michigan
 Michigan, 47,9% (Obama)/44,9% (MacCain)
 New Hampshire
 New Hampshire, 47,6% (MacCain)/46,4% (Obama)
 Virginia
 Virginia, 47,9% (MacCain)/46,9% (Obama)
 Florida
 Florida, 48,4% (MacCain)/45% (Obama)
 
 Quanto à 
RCP, apresentava uma vantagem de 228 para Obama contra 174 de MacCain , com 11 estados em dúvida. Hoje, o 
mapa eleitoral da RCP apresenta uma vantagem de 211 para Obama contra 189 de MacCain, com 10 estados em dúvida. Sairam o 
Colorado (para Obama), o 
Novo Mexico (para Obama) e a 
North Carolina (para MacCain) e entraram o Wisconsin e a Pennsylvania. Relativamente à CNN, a RCP não conta com o Colorado e introduz o Indiana e a Pennsylvania na luta. 
Indiana, 47,7% (MacCain)/45,2% (Obama)
 Pennsylvania
 Pennsylvania, 47,6% (Obama)/45,2% (MacCain)
 
 O 
mapa eleitoral da Pollster vai dando 212 para Obama e 169 para MacCain. Dos Estados em dúvida já sairam 
Montana, 
North Dakota e o 
Alaska, todos para MacCain. Relativamente à CNN e à RCP, a Pollster mantém 12 estados em dúvida, considerando que West Virginia e North Carolina também deverão contabilizar-se como indefinidos. 
West Virginia
 North Carolina
 North Carolina, 47,6% (MacCain)/45,2% (Obama)
 
 Portanto, para quem, ainda, se questiona porque é que Obama não esmaga MacCain nas sondagens, ou para quem conhece as preocupações do lado democrata pelas eventuais distorções provocadas pelo 
Bradley effect, ou para quem se lembra do 
efeito Nader, em 2000, ou, simplesmente, para quem gosta mesmo disto, fica a recomendação: não percam os 
debates presidenciais e roam-se de inveja pelo modo como 
são organizados. 
 
 • September 26: Presidential Debate at the University of Mississippi in Oxford, moderated by PBS's Jim Lehrer
• October 2: Vice Presidential Debate at Washington University in St. Louis, Missouri, moderated by PBS's Gwen Ifill
• October 7: Presidential Debate at Belmont University in Nashville, Tennessee, moderated by NBC's Tom Brokaw
• October 15: Presidential Debate at Hofstra University in Hempstead, New York, moderated by CBS's Bob Schieffer 
 
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