12.00 Começam a cair os
primeiros resultados oficiais do Referendo Irlandês ao Tratado de Lisboa e a Europa já está com os cabelos em pé.
O NÃO parece ter ganho em grandes percentagens não só nas circunscrições rurais como também nas zonas urbanas. A estas previsões não escapa Dublin onde era expectável um forte apoio ao SIM mas que parece estar a revelar um sólido NÃO no conjunto das suas mesas eleitorais. Durão Barroso avisou que
não há Plano B. O Tratado de Lisboa está morto?
12.50 Porque é que a Irlanda disse NÃO, por Richard Delevan
13.00 Segundo a
televisão irlandesa mantém-se a previsão da vitória do NÃO apesar de não se verificarem algumas margens inicialmente anunciadas. Com resultados em 10 das 43 circunscrições o NÃO lidera com 53.6% contra 46.4%. Novas indicações mostram que o eleitorado classe-média urbano votou SIM mas não nos valores que eram previstos. Para esse facto muito contribuiu uma percentagem global de eleitores votantes de apenas 40%
13.20 Mark Mardell, o Editor de Política Europeia da BBC, afirma que a mensagem que passa é que os líderes europeus vão continuar a manifestar o seu apoio ao Tratado de Lisboa. Parece que Gordon Brown já ligou a Sarkosy renovando essa intenção por parte do UK. Irá a restante Europa forçar o primeiro-ministro irlandês para a convocação de novo referendo até meados de 2009?
13.35 Na
opinião do MNE português «
independentemente do resultado do referendo, é bom que o processo de ratificação continue». Luis Amado destaca, ainda, «
a necessidade de se avaliar, no quadro do próximo conselho europeu, as consequências de um eventual resultado negativo na Irlanda».
14.30 Com 29 das 43 circunscrições já fechadas,
o NÃO lidera com 53.5% contra 46.5% do SIM. Apenas 6 dessas 23 circunscrições votaram favoravelmente o Tratado.
As reacções vão-se sucedendo todas no mesmo sentido. Na Holanda, um dos países a rejeitar, por referendo, o anterior Tratado Constitucional, o Primeiro-Ministro Jan Peter Balkenende, reafirmou a intenção de ratifcar o Tratado de Lisboa. Por seu lado, o líder do Grupo Parlamentar Socialista, no Parlamento Europeu, considerou tratar-se de um momento muito difícil para a UE e que é ao primeiro-ministro irlandês quem compete apresentar soluções perante as instituições europeias. Martin Schulz, avança, inclusive, com a possibilidade de se abrir o debate à opção de haver uma UE a duas velocidades, entre os países que querem o modelo do Tratdo de Lisboa e os países que preferem outro modelo.
15.25 Mais reacções. Maria Teresa Vega, Vice-Presidente do Governo espanhol, declarou a vontade do seu executivo para que continue o processo de ratificação nos restantes 8 países que não se pronunciaram. Mais acrescentou "
esperar a próxima reunião dos chefes de Estado e de Governo da UE decida o que há a fazer para reforçar a unidade europeia".
O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, declarou que o resultado do referendo na Irlanda "
não desconsidera o Tratado de Lisboa" mostrando-se confiante numa "
UE capaz de encontrar uma via para manter vivo o texto europeu".
Na Irlanda, o multimilionario Declan Ganley, director do grupo '
Libertas', promotor do 'NÃO', assegurou que os resultados do referendo sobre o Tratado de Lisboa são "
a democracia em acção numa Europa que tem que escutar a voz do povo". O empresário considerou, no entanto, que "
não se trata de um NÃO eurocéptico mas de um mandato para o primeiro-ministro irlandês, Brian Cowen, voltar a Bruxelas e renegociar o texto comunitário em favor do povo irlandês".
15.45 Durão Barroso, já
exortou os restantes países a continuarem o processo de ratificação do Tratado. Acrescentando que "
o NÃO irlandês não resolverá os problemas que o Tratado de Lisboa pretendeu solucionar".
Internamente chegou a hora de encontrar os culpados, com um apontar de dedo ao Governo irlandês. O Ministro dos Negócios Estrangeiros já confirmou que o Governo vai reflectir sobre estes resultados, mas foi avisando que "
os democratas da Europa devem respeitar a decisão do povo irlandês".
16.00 Os eurocépticos britânicos
aconselham Gordon Brown a abandonar a defesa do Tratado de Lisboa por considerarem que este voto irlandês tem o mesmo significado que o voto dos franceses e holandeses relativamente ao Tratado Constitucional.
16.15 Ainda não são os
resultados oficiais mas, quer a
tv irlandesa quer o
Irish Times, dão por concluído o escrutínio. O NÃO venceu com 53.4% contra 46.6% do SIM. Apenas 8 das 43 circunscrições votaram favoravelmente, tendo o SIM sido derrotado, inclusivelmente, na maioria das circunscrições da capital Dublin.
16.45 Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia
vão discutir segunda-feira no Luxemburgo as consequências da vitória do "não" no referendo irlandês ao Tratado de Lisboa. A reunião é preparatória da Cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE que se realizará a 19 e 20 de Junho em Bruxelas. Sobre os resultados do referendo faltam pronunciar-se além de Brian Cowen, PM irlandês, Gordon Brown, Merkl e Sarkosy que prometeram uma declaração conjunta e, claro, José Sócrates que, ainda ontem,
afirmava que o Tratado de Lisboa é «fundamental para o Governo» e para a sua «carreira política».
19.00
Notas finais. França e Alemanha “
lamentam” a vitória do NÃO no referendo da Irlanda e esperam agora que o processo de ratificação prossiga. Lê-se na declaração conjunta de franceses e alemães que “O Tratado de Lisboa foi assinado pelos chefes de Estado ou de governo dos 27 Estados-membros e o processo de ratificação foi já concluído por 18 países. Esperamos por isso que os outros Estados-membros continuem com o processo de ratificação”.
Por sua vez, o primeiro-ministro esloveno, Janez Jansa, defendeu o Tratado de Lisboa enquanto instrumento “necessário para tornar a Europa mais eficaz, mais democrática e transparente”. A presidência eslovena da UE disse, ainda, que “lamenta profundamente o resultado” do escrutínio na Irlanda.
De Londres surgiu a garantia, pela voz do ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, de que a Grã-Bretanha vai prosseguir na via da ratificação parlamentar do Tratado de Lisboa. “O Governo irlandês deixou claro que acredita ser correcto que países como a Grã-Bretanha continuem o processo de ratificação, pois há que ter uma perspectiva britânica, bem como uma perspectiva irlandesa”, declarou David Miliband. “Assim, acredito que é correcto continuar com o nosso próprio processo e aceder à oferta irlandesa para mais discussões sobre os próximos passos”, concluiu.
O primeiro-ministro do Luxemburgo, Jean-Claude Juncker,
afirmou que o Tratado de Lisboa não vai poder entrar em vigor a 01 de Janeiro de 2009, como previsto, devido à vitória do 'não' no referendo irlandês.