segunda-feira, dezembro 31

CHÁ QUENTE #331

fotografia da escultura Anhelos del Ser de Ignacio Llamas exposta na Fonseca e Macedo

2008 é já amanhã. Mantendo a tradição, o país cumpre a última semana do ano que passa, e a primeira do que vem, a desejar o melhor deste mundo, e do próximo, a quem se lhe atravesse na frente (feliz, frutuoso, óptimo, tudo de bom, paz, amor, saúde e alegria…). Este país que energicamente se repete em desejos é o país que, anualmente, se consome em depressões. Nos primeiros anos do novo milénio temos assistido, quase impávidos, à descredibilização mediatizada de um povo e do seu Estado. Primeiro o sistema político, depois o judiciário, agora o financeiro. Restaram-nos alguns empresários, os artistas e os intelectuais, sempre eles, que, felizmente, não se afundam no lodaçal. Não tenho por hábito fazer votos ou formular desejos para o Novo Ano, prefiro, em introspecção, fazer um balanço do bom e do mau para procurar fazer melhor. Sou um pessimista por formação mas um voluntarista por natureza, já o escrevi, talvez por isso, não me conforme nem me deixe ir em águas cinzentas, talvez por isso só consiga estar no espaço público (na blogosfera ou nos jornais) através da contínua análise e consciente propositura. Pode não ser muito, mas para puxar para baixo, já bem bastam os outros. Amanhã, o sol, também, nasce. Até já!

1 comentário:

Anónimo disse...

Pessimista por formação e voluntarista por natureza é caminho certo para fazer psicanálise!