sexta-feira, agosto 24

PURO PRAZER #300

Dos filmes da minha vida (e não há melhor forma de comemorar os #300 puros prazeres) consta, obrigatoriamente, Bonnie and Clyde (1967), de Arthur Penn. Aquela que foi a "obra prima" do realizador, contava, então, com um elenco menor mas que, nos dias de hoje, se tornou de consagrados. Warren Beatty, no papel de Clyde, igualmente produtor do filme, então com 28 anos, Gene Hackman, à data um desconhecido e, a quase debutante, Faye Dunaway, com 26 anos.

Se já não bastassem os actores e o currículo (10 nomeações, 2 óscares), este filme traz alguma polémica - "They're young...they're in love...and they kill people", dizia o cartaz que o anunciava -, já que a crítica não se furtou a acusar Arthur Penn de "glamourizar" um casal de foras-da-lei fazendo rolar o filme entre "a história de gansters romântico-cómica e um experimentalismo típico da nouvelle vague". Abstraindo-nos disso, ou talvez por isso, ninguém esquece este marco do cinema americano, seja pela ironia da sua realização seja pelo erotismo latente nos fabulosos diálogos do casal BONNIE PARKER (Faye Dunaway) CLYDE BARROW (Warren Beatty):
Bonnie: I don't want no rich man.
Clyde: You ain't gonna have a minute's peace.
Bonnie: Do you promise?
Confesso, no entanto, que, ainda que tudo o que acima foi escrito seja importante para o filme merecer destaque, o que nele mais me marca é a interpretação de Faye Dunaway que ficou sendo, para mim, uma actriz fetiche, depois de a aqui ver pela primeira vez. Vá-se lá saber porquê...
"This here's Miss Bonnie Parker. I'm Clyde Barrow...We rob banks", a não perder hoje às 23h35 na RTP/A, entremeado, se puderem, com Gainsbourg e Bardot.

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