quarta-feira, maio 9

CHÁ QUENTE #295

Todos os dias nos queixamos da sociedade açoriana não ser participativa. Todos os dias ouvimos dizer que não há espaços de opinião ou de debate. Todos os dias clamamos pela falta de informação e esclarecimento. Todos os dias procuramos lutar contra a atávica modorra insular... Nestes dias a RTP/Açores juntou-se à luta com o Estação de Serviço, um programa "que terá todos os dias em estúdio um comentador ou especialista relacionado com o tema em discussão, cabendo no entanto a maior fatia de intervenção aos telespectadores que poderão ligar através do telefone 296 202 767 e dar a sua opinião". Hoje, o tema, "Ser Europeu", interessava-me, particularmente, mais não fosse porque me permitiria poder ouvir e sentir o pulsar dos meus concidadãos (a massa anónima) relativamente a uma temática transversal ao nosso dia-a-dia. Estava enganado. Fiquei incomodado. Voltando ao início: "todos os dias nos queixamos da sociedade açoriana não ser participativa", mas raramente nos queixamos do entrave que é o monopólio da opinião. Ora, o que, hoje, aconteceu, na Estação de Serviço, foi, precisamente, a antítese do seu ADN. Sem culpa para a RTP/A, uma meia-dúzia de "papagaios do costume", todos figuras públicas ou com responsabilidades públicas, que já tomam, ou tomaram, o espaço público em várias outros contextos comunicacionais, encheu o programa de telefonemas inócuos e prolixos furtando ao cidadão anónimo o direito de se pronunciar. Façam-me um favor, para a próxima ouçam os outros. Olhem que, também, é uma virtude, infelizmente, cada vez mais rara...

2 comentários:

Anónimo disse...

Penso que a RTP/SA terá ficado com os telefones mudos. Assim sendo, que outra alternativa senão a de recorrer à massa homónima, meu cara Marinho?

PS. Ora experimentem lá um programa sobre o dia da América...

Anónimo disse...

A RTP Açores sempre foi a meretriz do poder político cá da terrinha. E nunca se libertou dessa grotesca ligação. Veja-se por exemplo o imbecil do Osvaldo Cabrão, que afirmou ter aumentado exponencialmente a produção regional, imagine-se a lata, repetindo 4 horas diárias do populusco pedro moira, vulgar apresentador que cataliza a maioria absoluta da igorância açoriana. É pena que continuemos tão pobres.