Pegada ecológica 1:
A percepção de que aliar a responsabilidade social e a sustentabilidade ambiental é factor de competitividade, e pode trazer mais valias económicas apreciáveis, já está a originar alterações nos comportamentos comerciais e a ter consequências práticas nas campanhas e estratégias dos grandes monopólios. Tudo isto porque «o mercado está maduro. Os nossos clientes dizem-nos que querem que os ajudemos a combater as mudanças climáticas. Temos que fazer da sustentabilidade um grande motor do consumo», afirmou o director-executivo da Tesco, principal cadeia de supermercados britânica, que vai tornar-se a primeira do sector em todo o mundo a colar em cada um dos seus produtos um rótulo com a quantidade de dióxido de carbono (CO2) emitida na respectiva produção para que os seus clientes possam comparar o custo em dióxido de carbono, tal como fazem com o conteúdo de calorias e o preço, por exemplo. A Tesco comprometeu-se ainda a reduzir em 50% até 2020 as emissões de dióxido de carbono geradas pelos respectivos estabelecimentos e centros de distribuição. Que fique claro que a mim não me causa qualquer espécie de náusea saber que a Tesco está a fazer esta campanha porque percebeu que assim vai ganhar mais dinheiro, o que me interessa é que este processo decorra com rigor e que a Tesco esteja a dar o seu contributo concreto para reduzir as emissões de CO2. Aos puristas recomendo um cházinho…
Pegada ecológica 2:
A questão ambiental, na Região, tem acompanhado o vento do tempo. Mas, se no exemplo anterior verificamos que a iniciativa estava do lado privado, por cá, não há semana que não se encontre, nos órgãos de comunicação social, discrição de iniciativas públicas, bem como um assinalável acervo de artigos de opinião, que têm como pano de fundo o ambiente. Não estaríamos a mentir se dissessemos que poucas se apresentam enquadradas em estratégias regionais ou que muitas são desmentidas pela prática dos próprios patrocinadores. Ou seja, o discurso público continua a ser mais forte que a prática. Um dos factores que melhor contribui para a maximização dos resultados ao nível da gestão ambiental é a utilização das melhores práticas mundiais, desde que adaptadas à nossa escala. O PSD/Terceira propôs a criação de um "guia municipal" nos Açores, com o objectivo de incentivar "um consumo sustentável" pela população em áreas como a água, electricidade e produtos bio-degradáveis. Parece que a proposta vai ser inicialmente formulada às duas câmaras municipais da ilha Terceira mas o PSD pretende que seja levada ao parlamento regional para ser extensiva a todo o arquipélago. Ora se a ideia do PSD/Terceira me merece um aplauso, quer pela temática, quer pela perspectiva de extensão à escala regional, esperando que os sociais-democratas já se encontrem munidos de uma proposta concreta, não posso deixar de lembrar que o PSD/A tem responsabilidades públicas na maioria das câmaras municipais pelo que a proposta, sem prejuízo de ser debatida na ALRAA, também deve ser acolhida, em primeira análise, pelas câmaras sociais-democratas e levada à discussão na AMRAA para que, em concordância, se aplique a todas as autarquias da Região. Parece-me incontornável, certo?
1 comentário:
Seria muito interessante, em qualquer ilha do arquipélago, sob a gerência de qualquer cor política na respectiva Câmara, que antes, em simultâneo ou depois desta iniciativa que o PSD/Terceira propõe, não existissem pilhas de lixo a céu aberto, em autênticas lixeiras monumentais.
Parece-me ser uma das condições primaeiras para que então se possa falar de tentativa de política ambiental.
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