“…E todo este Povo, altivo na sua modéstia, brioso na sua humildade, sensível na sua capacidade de sofrer, trabalhador no seu «spleen» português, no seu açorianismo, que esperamos ver reconhecido, actuante, dinamizado, através da aceitação expressa da sua vera identidade regional.
Foi essa identidade que procurou afirmar-se nos movimentos autonomistas vindos do século passado, e que só agora reputamos consagrada através da Constituição, que o voto dos Portugueses legitimou.
É essa identidade que esperamos ver respeitada e engrandecida pelos órgãos do Poder Central, na observância das garantias constitucionais dadas à Região, no cumprimento dos deveres políticos, financeiros, técnicos e económicos, perante ela assumidos dentro de um programa coerente de regionalização progressiva dos órgãos periféricos do Estado, em consonância com as capacidades existentes e a desenvolver, dos que são açorianos por residência, por nascimento, por necessidade ou por amor.
Sabemos o que somos e como somos.
O que valemos e o que nos limita.
É habitual não constarmos do livro da História Pátria. Mas estamos marcados na História Universal.
Parcela mais salgada de Portugal batida de mares e de ventos, de antigos e de novos piratas, seremos chamados uma vez mais, como há quatro séculos, como a século e meio, como em Novembro último, a mostrar até um caminho possível aos restantes Portugueses.
Só que por tudo isso não podemos ser considerados objectos seja do que for, interna ou internacionalmente, porque nos afirmamos pessoas – no singular e no colectivo …”
Foi essa identidade que procurou afirmar-se nos movimentos autonomistas vindos do século passado, e que só agora reputamos consagrada através da Constituição, que o voto dos Portugueses legitimou.
É essa identidade que esperamos ver respeitada e engrandecida pelos órgãos do Poder Central, na observância das garantias constitucionais dadas à Região, no cumprimento dos deveres políticos, financeiros, técnicos e económicos, perante ela assumidos dentro de um programa coerente de regionalização progressiva dos órgãos periféricos do Estado, em consonância com as capacidades existentes e a desenvolver, dos que são açorianos por residência, por nascimento, por necessidade ou por amor.
Sabemos o que somos e como somos.
O que valemos e o que nos limita.
É habitual não constarmos do livro da História Pátria. Mas estamos marcados na História Universal.
Parcela mais salgada de Portugal batida de mares e de ventos, de antigos e de novos piratas, seremos chamados uma vez mais, como há quatro séculos, como a século e meio, como em Novembro último, a mostrar até um caminho possível aos restantes Portugueses.
Só que por tudo isso não podemos ser considerados objectos seja do que for, interna ou internacionalmente, porque nos afirmamos pessoas – no singular e no colectivo …”
Álvaro Monjardino, 4 de Setembro de 1976
NOTA: Profusamente citado neste 30.º Aniversário da Assembleia Legislativa da Região, continua a encontrar-se actualidade no discurso proferido pelo Dr. Álvaro Monjardino na qualidade de Presidente da Assembleia Regional dos Açores, aquando da cerimónia solene de instalação do parlamento da Região. Na mesma cerimónia discursou o então Presidente da República, Ramalho Eanes. Assistiu, igualmente, à cerimónia Mário Soares, Primeiro-Ministro do I Governo Constitucional. Outros Homens, outros actos, outros tempos! Pela ausência de registo nos arquivos electrónicos da Assembleia Legislativa e como é um documento que, além de encerrar estes momentos de relevo que enquadraram os primórdios da autonomia constitucional, identifica os pais da democracia parlamentar regional, proponho-me deixar, enquanto quem de direito não o fizer em lugar próprio, o registo do Diário da Sessão histórica realizada a 4 de Setembro de 1976 na Sociedade Amor da Pátria, na Cidade da Horta. Aqui ficou um excerto, o restante estará, como sempre, no Da Autonomia.
Não tendo registos fotográficos disponíveis, agradeço penhorado a quem mos possa enviar para o e-mail.
NOTA: Profusamente citado neste 30.º Aniversário da Assembleia Legislativa da Região, continua a encontrar-se actualidade no discurso proferido pelo Dr. Álvaro Monjardino na qualidade de Presidente da Assembleia Regional dos Açores, aquando da cerimónia solene de instalação do parlamento da Região. Na mesma cerimónia discursou o então Presidente da República, Ramalho Eanes. Assistiu, igualmente, à cerimónia Mário Soares, Primeiro-Ministro do I Governo Constitucional. Outros Homens, outros actos, outros tempos! Pela ausência de registo nos arquivos electrónicos da Assembleia Legislativa e como é um documento que, além de encerrar estes momentos de relevo que enquadraram os primórdios da autonomia constitucional, identifica os pais da democracia parlamentar regional, proponho-me deixar, enquanto quem de direito não o fizer em lugar próprio, o registo do Diário da Sessão histórica realizada a 4 de Setembro de 1976 na Sociedade Amor da Pátria, na Cidade da Horta. Aqui ficou um excerto, o restante estará, como sempre, no Da Autonomia.
Não tendo registos fotográficos disponíveis, agradeço penhorado a quem mos possa enviar para o e-mail.
1 comentário:
E por aqui se vê que o então Presidente da República, não andava nessa altura na apanha da fruta!!! Isto de arranjar actividades sazonais, em vez de cumprir a agenda...:(
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