Folheando a Atlântico deste mês leio a Carla Hilário Quevedo a discorrer sobre a blogosfera. Segundo essa Bomba … Inteligente por aqui os homens mostram-se mais comedidos, mais recatados, talvez mais neuróticos. Falam, sobretudo, de política, de religião, da actualidade, de literatura. E talvez seja mesmo disso que queiram falar (talvez sublinho eu). Contudo, sempre que um homem escreve sobre assuntos relacionados com sexo, paixão ou amor as respectivas caixas de comentários enchem-se de mulheres, que «vêm aos magotes, ansiosas por comunicar com um perfeito estranho sobre assuntos em que são especialistas: sexo, amor e paixão». Ora, eu até já tinha dado por isso e não é de ânimo leve que no meio da politiquice deixo cair um «puro prazer». Mas hoje vou tentar «pegar de cernelha». Também na Atlântico (que querem deu-me para isto e até recomendo a deste mês) o Pedro Lomba (outro blogger, deve ser fruta da época) vem-nos falar do realismo conjugal e de um conjunto de conclusões que se podem retirar através da leitura deste «Famílias de Portugal». Para o articulista a relevância do livro é a confirmação dos números para o que já se sabe: em Portugal, em matéria de escolha dos cônjuges, continuamos tão realistas e convencionais como antigamente. Cá não há lugar para «ímpetos, riscos, romantismos ou incertezas os cônjuges portugueses são criaturas praticamente iguais entre si». O elemento que predomina nas escolhas conjugais é a proximidade social e profissional (um terço encaixa neste padrão). Agora digam-me lá senhoras se não compreendem que, para este fruto de um casal que teve que fugir para casar, esta área da nossa vivência em sociedade se esteja a tornar num perfeito busílis!?
(*) d'après Carlos Riley
4 comentários:
meu caro
aconselho vivamente a leitura deste post, tem tudo a ver....
:)
Os ímpetos, riscos, romantismos e incertezas estão (deveriam estar)lá, pelo menos à partida, a tal Química essencial entre macho e fêmea, porque é disso que se trata.
O meu senso comum leva-me a crer que não será só em Portugal que tal (a)normalidade aconteça. A frequência dos mesmos meios e os interesses comuns aproximam os indíviduos e têm tendência a perdurar, uma vez extinta a chama inicial da paixão.
Esta área será, talvez, um pouco como a literatura, que é imensa, cheia de belíssimos autores, mas que acabamos por nos fidelizar aos que já conhecemos e gostamos por impossibilidade de conhecermos e abarcarmos tudo...
As mulheres são especialistas nisso tudo?! Ena, ena, que modéstia tem a sra que o disse! ;) E os homens não?... Bolas, há que chamar ET's para a respectiva inter-acção?!
Não acho que haja assim tanta falta de risco e ímpeto nas relações (isto, falando por mim, porque também não posso falar por mais ninguém, está visto). Se assim fosse, nem havia paixões, havia umas coisas mornas, onde faltava quase tudo, excepto quem dissesse "Olá, como foi o teu dia?" ao chegarmos a casa, e para isso, comprava um gravador. ;)
...a patente está longe de ser minha ... mais, quand-même, soyez à l'aise Monsieur Marinho.
Bela moça, a da foto, ... faz lembrar a Catherine Deneuve.
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