quarta-feira, junho 1

PURO PRAZER #124


Don Quixote, Pablo Picasso

Ocioso leitor: sem que eu jure, poderás acreditar que eu gostaria que este livro, como filho da inteligência, fosse o mais formoso, o mais airoso e mais sensato que se possa imaginar. Mas não pude contrariar a ordem da natureza; que nela cada coisa engendra uma sua semelhante. E assim – que poderia engendrar o meu estéril e mal cultivado engenho senão a história de um filho seco, encarquilhado, caprichoso e cheio de pensamentos inconstantes e nunca imaginados por outrem, como quem foi engendrado numa prisão onde todos os tormentos encontram o seu lugar e onde todo o triste ruído faz a sua habitação?

Manuel de Cervantes, O Engenhoso Fidalgo D. Quixote de la Mancha (Tradução e notas de José Bento – Gravuras de Lima de Freitas). Ed. Relógio D’Água, 2005.

(…partilho convosco o meu começo nesta cavalgada heróica ao som da Leyenda de Isaac Albeniz)

4 comentários:

Anónimo disse...

Eu que nunca venho cá pela política mas sim pela tua música, também te agradeço a partilha da leitura. :)
Boas continuações.

gm disse...

Rosa, já tentei mas não consigo, o Chá também é um espaço de intervenção pessoal, por isso vou procurando equilibrar as doses eheh

Anónimo disse...

Compreendo, há uns tempos atrás também tive uns ataques de fúria política no blog colectivo, mas desisti da ideia... e tenho controlado bem os meus espasmos. ;)
Não é aqui [blogosfera] que sei que posso ter alguma conversa política verdadeiramente séria. Já deves ter entendido isso também, mas não deixo de admirar a tua diplomacia.
Bom fim de semana e até a um dia destes. :)

Anónimo disse...

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