Grunion Run, Byron Kim
“Se ontem tínhamos o direito de ser fatalistas por optimismo, doravante devemos ser audaciosos por pessimismo. Nesta consciência crítica perpassa um optimismo pessimista, corrijo, um pessimismo optimista (enganei-me de propósito), uma visão desoladora com um mínimo de esperança. Mas é neste desfasamento entre a idealidade e a realidade que radica o nó-górdio da condição humana. Viver o tempo como uma enriquecedora tensão entre a memória do passado e a pulsão das saudades do futuro, contrapondo à crise do historicismo a lucidez de quem está avisado de que a mesma luz que ilumina é também a luz que cega e sabe, como única certeza, que os conceitos de verdade, de realidade e de sentido têm de ser constantemente interrogados.”
Cidadania e Sociedade de Valores, Miguel Veiga. Congresso da Cidadania
(a este «naco de prosa», adiciono Più Mosso de Astor Piazzola e o desejo de um belíssimo fim-de-semana para todos!)
2 comentários:
Ó GM, se eu não soubesse que é portuguesíssimo... com este post de filosofias tão intrincadas e antitéticas, acompanhadas do Piazolla - e parabéns, meta-o mais vezes, que eu adoro! Pode meter o libertango, por favor?! ;) - , eu quase diria que você era primo de um francês que eu cá conheço... :)
GM, boa entrada. Tenho imensa pena de não poder assistir a mais intervenções do congresso. Fizeram excelentes escolhas.
Esse texto em particular lembrou-me um misto de Teixeira de Pascoaes com Karl Popper. Estranha mistura esta, mas vai precisamente ao encontro do que ambos dizem em partes das suas filosofias.
Bom fim de semana.
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