domingo, novembro 26

É d'HOMEM #97


Place Royale, Québec
"… A Praça Velha do Québec, que se chama Place Royale e ostenta ao centro um busto do rei Louis XIV, mantém o seu ar de local de cerimónia, hierático, quase sagrado, sem trânsito automóvel, avesso a feiras e a outras coisas coloridas que, geralmente, nas cidades, se fazem em locais apropriados, como o largo da feira, o pátio da escola ou dos bombeiros, ou o parque infantil.
As casas do velho Québec, que foram restauradas pelo Estado mediante negociações com os proprietários, encontram-se todas ocupadas, havendo até uma lista de espera de várias centenas de famílias que ali querem viver – e isto apesar de não haver lugar para estacionarem os carros (além de só ser permitido um carro por habitação), nem serem autorizados alumínios nas janelas, aparelhos de aquecimento ou de ar condicionado à vista, ou reclamos luminosos nos estabelecimentos comerciais (e mesmo potentados como a McDonald’s foram obrigados a prescindir do aparato dos seus símbolos para se adaptarem às características da cidade).
As muralhas da cidade, incluindo a cidadela onde se encontra aquartelada uma companhia do exército apenas dedicada a actividades protocolares de Estado, estão impecavelmente limpas e cuidadas, rodeadas de relvados que fazem ressaltar a pedra negra e dura das muralhas, restauradas há poucos anos.
Finalmente, os habitantes do velho Québec orgulham-se da sua cidade, valorizam o facto de ela ser Património da Humanidade, e só lamentam que, ali, muitas vezes, o Inverno dure seis meses (sentem uma falta danada de sol). Mas, como muito bem sabem, o mundo não é perfeito – apesar de terem uma outra certeza: vivem numa cidade relativamente antiga, bonita, simpática, bem equipada, onde todos os anos são recebidos milhares e milhares de turistas que a demandam só porque… se trata de uma cidade Património Mundial
…"

Isto dá que pensar, não dá?, Luis Fagundes Duarte no D.I. de hoje

1 comentário:

Andre Bradford disse...

Excelente exemplo, excelente artigo.