sexta-feira, janeiro 28

POST(AL) AUTONÓMICO #7




“(…) A defesa da Autonomia obriga, também, a que elevemos o tom das nossas discussões. Só assim poderemos conferir ao conceito e à realidade da Autonomia aquela mesma nobreza que possuem os conceitos de Democracia e Liberdade.
A extrema proximidade de alguns factos, que confunde analistas com actores, prejudica a cientificidade dos juízos. Todavia, o entendimento da autonomia obriga a que se faça a subtracção de carga sentimental ao debate. A título de exemplo, importa que nunca mais se faça a adjectivação da autonomia. Num passado algo mais distante, falou-se muito de “Autonomia progressiva”, de “autonomia tranquila”. Praticamente no presente, tem-se falado de “Nova Autonomia”, de “Autonomia cooperativa”. Deixemos cair todos estes adjectivos! Não falemos mais em “autonomia progressiva”, uma expressão que gerou desconfiança na comunidade portuguesa. Não falemos mais em “autonomia tranquila”, uma expressão que significa uma capitulação desnecessária. Não vale a pena falar de “nova autonomia”, porque importa que ela tenha raízes bem antigas. Não vale a pena falar de autonomia cooperativa, porque a cooperação tem que ser uma característica intrínseca de todo o processo autonómico. Esforcemo-nos, tão só, para que a autonomia seja sempre Regional – de todas as ilhas sem excepção – seja sempre Constitucional, isto é, que seja inscrita no texto regulador da nossa vida colectiva.(…)”


“Os sentidos de uma comemoração: da Invocação do Espírito Santo à Veneração da Autonomia”, Avelino de Meneses no dia 9 de Junho de 2003, dia da Região Autónoma do Açores.

(Porque «Autonomia» não é palavra de romance de cordel, e porque parece-me que andam por aí alguns esquecidos. Bom fim-de-semana!)

2 comentários:

Ana F. Afonso disse...

E assim se vê como um Presidente irrita muita gente. De todos os quadrantes...de todos os mares.

Anónimo disse...

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